As mudanças feitas pela presidente Dilma Rousseff em seu ministério
deixaram contrariado seu antecessor e padrinho político, o ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, ao reduzir sua influência no governo e
desalojar alguns de seus fiéis colaboradores. Aliados do ex-presidente,
que governou o país de 2003 a 2010, disseram à Folha que ele considerou
excessivo o poder conferido ao ministro da Casa Civil, o petista Aloizio
Mercadante, na nova configuração do governo e na articulação das
mudanças na equipe.
Na avaliação dos lulistas, Mercadante sonha em concorrer à
Presidência nas eleições de 2018 e vale-se de sua proximidade com Dilma
para evitar a ascensão de outros petistas ao centro do poder. Aliados de
Lula apontam como exemplo a indicação do governador da Bahia, Jaques
Wagner, para o desenxabido Ministério da Defesa.
Os lulistas preferiam
que Wagner ocupasse uma posição com maior visibilidade política.
“Mercadante é o general. Comanda a equipe. E tem que trabalhar com os
coronéis”, diz o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto, numa
alusão à concentração de poder nas mãos do ministro.
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