O auditor-chefe do Inmetro no Brasil, José Autran Teles Macieira, foi preso nesta quarta-feira (3) em Natal durante audiência na 2ª Vara da Justiça Federal do Rio Grande do Norte.
O Ministério Público Federal (MPF/RN) pediu e a Justiça decretou a
prisão preventiva dele, que é réu em um processo que julga um suposto
esquema fraudulento no Instituto de Pesos e Medidas do RN (Ipem). O
pedido foi feito pelo MPF logo após ter conhecimento de que, no
intervalo da audiência, José Autran chegou a ameaçar a testemunha Daniel
Vale Bezerra.
De acordo com o termo de audiência, documento que narra a oitiva das
testemunhas, durante o intervalo Daniel Bezerra dirigiu-se ao procurador
da República Fernando Rocha para contar que havia sido ameaçado. “Com
expressão de angústia, relatou que o réu José Autran Teles Macieira o
teria há pouco abordado no corredor desta vara com a seguinte frase, em
tom ameaçador: você sabe o que o que isso vai lhe levar”.
No reinício da audiência, José Autran chegou a confirmar a abordagem e
pediu desculpas. Entretanto, para o juiz federal Mario Jambo a
retratação não foi suficiente. “É também de se esperar e é de
conhecimento comum mediano que nenhum réu sem autorização dirija
qualquer palavra à testemunha. O fato ainda mais grave, que tal contato
foi buscado justamento no intervalo da audiência. Em que pese a
retratação do acusado José Autran, entre o pretenso arrependimento do
réu e o temor da testemunha, a precaução deste juízo deve ser com a
testemunha”, destacou o juiz.
José Autran Teles, auditor-chefe do Inmetro, foi denunciado duas vezes
pelo MPF em 2014. A audiência realizada nesta quarta diz respeito a
primeira das ações ajuizadas, que trata de recebimento de propina paga
pelo ex-diretor do Instituto de Pesos e Medidas do Rio Grande do Norte
(Ipem/RN) Augusto Caldas Targino, conhecido como Mano Targino, a frente
do órgão nos anos de 2003 a 2007.
A segunda denúncia refere-se à propinas pagas por Rychardson de Macedo
(que também é réu), diretor do Ipem entre 2007 e 2010, para viabilizar o
recebimento de maior quantidade de recursos federais, por meio de
convênio, e evitar consequências desfavoráveis decorrentes das
auditorias. Além das denúncias, o MPF apresentou duas ações de
improbidade, relativa às mesmas irregularidades.
Do G1 RN
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