sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Estudo estima que 269 mil toneladas de plástico estejam boiando nos oceanos

Menino caminha sobre montanha de garrafas de plástico em vila na Índia: 5,25 trilhões de partículas do material boiam hoje nos oceanos Foto: AJAY VERMA / REUTERS
 
Nada menos que 269 mil toneladas de plástico boiam nos oceanos de todo o mundo, de acordo com estimativas publicadas ontem na “PLOS ONE” por Marcus Eriksen, do Instituto Five Gyres. A poluição provocada por micropedaços de plástico se apresenta em diferentes concentrações dependendo do lugar de medição, mas não havia estimativas globais de volume e peso dos plásticos flutuando nos mares (tanto pequenos quanto grandes).

Para estimar o total de partículas de plástico e o seu peso nos oceanos de todo o mundo, cientistas de seis países contribuíram com dados procedentes de 24 expedições de coleta de poluentes marinhos realizadas ao longo de seis anos (entre 2007 e 2013) nas cinco grandes correntes oceânicas (Atlântico Norte e Sul, Pacífico Norte e Sul e Índico), na costa da Austrália, na Baía de Bengala e no Mar Mediterrâneo.

Os dados incluíram ainda informações sobre microplásticos coletados em redes e grandes pedaços de plástico registrados em monitoramentos visuais, que foram usados para calibrar um modelo oceânico sobre a distribuição dos plásticos.

Baseados nos dados e neste modelo, os autores do estudo estimaram a existência de um mínimo de 5,25 trilhões de partículas de plástico (pesando um total de 269 mil toneladas) nos oceanos. Pedaços grandes de plástico são abundantes perto das áreas costeiras. Nas cinco grandes correntes subtropicais o microplástico é o mais comumente encontrado, enquanto que os menores fragmentos surgem em regiões bem mais remotas, onde os cientistas não esperavam encontrar poluição, como as correntes polares. 

A distribuição da presença de microplásticos em regiões remotas sugerem que as correntes oceânicas podem funcionar como um “liquidificador”, transformando pedaços maiores de plástico em menores e espalhando-os para outras áreas.

— Nossas descobertas mostram que as cinco correntes subtropicais não são o destino final dos poluentes plásticos — explicou o coordenador da pesquisa Marcus Eriksen. — Há interação com todos os ecossistemas oceânicos.

O Globo

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