O papa Francisco pediu uma mobilização
global para combater o tráfico humano e a escravidão nesta quarta-feira,
apelando aos consumidores para que boicotem bens que possam ter sido
produzidos por trabalhadores explorados.
Em mensagem para o Dia Mundial da Paz da
Igreja Católica, em 1º de janeiro, o papa denunciou a “indiferença
generalizada” que permite que tais práticas persistam.
“Estamos diante de um fenômeno global
que ultrapassa a competência de qualquer comunidade ou país em
particular. Para eliminá-lo, precisamos de uma mobilização comparável em
tamanho à do próprio fenômeno”, disse Francisco na mensagem, enviada a
chefes de Estado e de governo, instituições internacionais e líderes
religiosos.
O pontífice argentino fez da defesa dos
imigrantes e dos trabalhadores um tema central de seu papado. Ele
criticou o sistema econômico mundial por não conseguir dividir a riqueza
e escolheu a pequena ilha de Lampedusa, no sul da Itália, que muitos
imigrantes morreram no mar tentando alcançar, como cenário de sua
primeira viagem como papa.
“Toda pessoa deveria ter consciência de
que comprar é sempre um ato moral, e não simplesmente econômico”,
afirmou no texto de seis páginas, intitulado “Não mais escravos, mas
irmãos e irmãs”.
Ele pediu às pessoas e às comunidades
que se sintam “desafiados… quando formos tentados a selecionar itens que
podem muito bem ter sido produzidos pela exploração de outros”.
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