O teste da linguinha em recém-nascidos será obrigatório nas redes
pública e particular a partir desta semana. A determinação foi criada
pela Lei 13.002/2014 e obriga os hospitais e maternidades públicos e
privados a realizarem o teste que detecta se existe alguma alteração no
chamado frênulo, membrana que liga a língua à parte inferior da boca –
também conhecido como freio. Pessoas que possuem essa alteração podem
sofrer com a popular língua presa. O método foi criado pela
fonoaudióloga e integrante da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia
Roberta Martinelli para fazer a avaliação de bebês e diagnosticar o
problema. “No primeiro momento, o teste veio para detectar a língua
presa, que é quando esse fio está fixado mais para a ponta da língua. Só
se considera língua presa quando limita o movimento” explicou Roberta
em entrevista a Agência Brasil. Os problemas vão além da dificuldade na
fala.
No caso dos recém-nascidos a alimentação pode ser prejudicada, já
que afeta a sucção. “Tem sido uma das maiores causas de desmame precoce.
O bebê pode ter dificuldade de passar para a papinha porque tem
dificuldade de deglutição. Por volta de um ano e meio, pode ter
problemas no processo mastigatório também”. A fonoaudióloga lembra ainda
que o exame observa os aspectos físicos da língua, mas que outras
características também precisam ser avaliadas como, por exemplo, a
maneira como a criança mama e até mesmo o choro.
“A gente observa
características do choro porque o bebê que tem essa língua presa sobe
mais as laterais do que a ponta da língua. A ponta fica mais baixa que
as laterais”. No caso do filho de Eliane, a solução foi um procedimento
cirúrgico conhecido como pique. Um corte foi feito no freio para que a
língua pudesse ter mais movimento. Com anestesia local, a cirurgia dura
poucos minutos e logo em seguida a criança já pode ser amamentada. De
acordo com a assessoria do Ministério da Saúde, as diretrizes que trarão
o detalhamento para o diagnóstico estão sendo elaboradas pela Comissão
Nacional de Incorporação de Tecnologias e um grupo de trabalho formado
pela Coordenação-Geral de Saúde da Criança, diz a nota.
Ainda conforme o
texto, a diretriz nacional trará recomendações sobre como fazer o
teste, e o ministério tem orientado os profissionais sobre a importância
da avaliação. Mesmo sem a regulamentação, a aplicação da lei está
valendo e a norma vai reforçar o que já é feito hoje. A avaliação e a
cirurgia são oferecidas gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS),
assim como outros testes importantes como o do pezinho, da orelhinha e
do olhinho.
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