O novo leilão para compra
de energia elétrica, realizado nesta quinta-feira (15), pode aumentar
em R$ 4,1 bilhões o repasse extraordinário que será feito nas tarifas
dos consumidores em fevereiro.
Esse montante deve ser somado à conta –também bilionária– de gastos previstos para o setor elétrico em 2015. Com o fim dos aportes do Tesouro
para o fundo do setor, o consumidor arcará sozinho com o pagamento das
despesas, que incluem os programas sociais para energia elétrica, como o
programa Luz Para Todos e as tarifas especiais para baixa renda.
A realização do leilão, que agora fará subir essa conta, tinha em vista
eliminar os problemas das empresas de distribuição de energia ao longo
do ano.
Com uma necessidade de completar seus contratos em 4 mil megawatts (MW)
médios para atender à demanda da população, essas elétricas teriam de
recorrer ao mercado de curto prazo para manter seus atendimentos. Medida
que é tomada sempre em último caso, porque custa mais caro.
Este foi o mesmo problema que, em 2014, fez crescer a dívida dessas
empresas a um nível tão alto que o governo teve de intermediar
empréstimos bancários para socorrer as companhias. Até agora foram
gastos R$ 17,8 bilhões por meio dos financiamentos.
LEILÃO
O leilão realizado nesta quinta conseguiu contratar mais da metade do
desejado: 2.105 MW médios, ao preço de R$ 387,07 / MW, por seis meses.
Além de outros 271 MW médios por três meses.
De acordo com Nelson Leite, da Abradee (Associação Brasileira de
Distribuidores de Energia Elétrica), sem o pregão, o setor viveria em
2015, mais uma vez, uma "forte dor de cabeça".
"Foi muito positivo. Contratamos mais de 50% do desejado", afirmou.
Em situações normais, esse custo extra para compra de energia em leilões vai para a tarifa no momento do reajuste ordinário.
Como o setor ainda vive um período delicado, em função da dificuldade de
caixa dessas empresas, a expectativa é de que esses valores já sigam,
quase que de imediato, para o consumidor.
Os gastos finais para as contas do ano no setor elétrico ainda não foram fechados pelo governo.
A Aneel (Agencia de Energia Elétrica) informou que apresentará esses valores na próxima terça-feira (20).
Folha de SP
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