A operadora da Central Nuclear de
Fukushima detectou novo vazamento de água radioativa para o mar, em um
reator com problemas desde abril passado, segundo comunicado divulgado
hoje (25) pela imprensa japonesa.
A proprietária da central, a Tokyo
Electric Power Company (Tepco), anunciou nessa terça-feira (24) a
descoberta de um depósito de água altamente radioativa acumulado sobre o
teto do reator número 2 da fábrica.
O líquido continha 29.400 bequeréis por
litro de césio radiativo e 52 mil de estrôncio e outras substâncias
emissoras de raios beta, segundo os dados divulgados pela Tepco. A água é
procedente da chuva e foi contaminada por resíduos radioativos
provenientes do reator, acrescentou a operadora.
Em abril passado, a Tepco detectou a
acumulação de água sobre o teto do reator, assim como um aumento dos
níveis de radiação nas canalizações sempre que chovia, de acordo com
responsáveis pela central, em declarações citadas pela estação estatal
NHK.
Para controlar os vazamentos de água
radioativa, a Tepco anunciou a instalação de sacos de areia sobre o teto
do reator e a cobertura das canalizações que deságuam no mar, medidas
que deverão estar concluídas até o fim de março.
A operadora informou que não foi registrado aumento dos níveis de radioatividade na água nas imediações da central nuclear.
A acumulação de água na central é um dos
principais desafios para o desmonte dos reatores que ficaram
danificados no terremoto seguido de tsunâmi, de 11 de março de 2011. A
operação deverá prolongar-se por 30 ou 40 anos.
O acidente foi o mais grave desastre
nuclear desde Chernobyl, na Ucrânia, em 1986. Cerca de 50 mil pessoas
que viviam nas imediações do complexo continuam sem poder regressar às
suas casa devido às elevadas radiações que afetaram também a
agricultura, a criação de gado e a pesca na região.
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