O presidente do Barcelona, Josep Maria Bartomeu, voltou a negar todas
as acusações de fraude na contratação de Neymar, realizada em 2013.
Durante mais de três horas de audiência nesta sexta-feira, em Madri, o
dirigente respondeu às acusações da Justiça espanhola e se declarou
inocente, após ser indiciado por crimes financeiros.
Bartomeu, à época vice-presidente do clube, descartou qualquer
participação nos contratos firmados com Neymar, jogando a total
responsabilidade para o então presidente, Sandro Rosell. A crise gerada
pela polêmica entorno da contratação do brasileiro, aliás foi
fundamental para que Rosell renunciasse ao cargo no ano passado.
Além da fraude, Bartomeu também negou ter cometido crime fiscal
durante seu período na presidência em 2014. Ele também está sendo
acusado de não pagar 2,8 milhões de euros à Fazenda Pública da Espanha
em impostos pela contratação de Neymar.
“O presidente Bartomeu deu todas as explicações a respeito dos
extremos sobre os quais foi perguntado”, informou o Barcelona em seu
site oficial. “Ele deixou claro que a vontade, tanto sua como dos
dirigentes do clube, nunca teve a intenção de fraudar a Fazenda
Pública.”
Bartomeu deixou o tribunal ao lado de seu advogado e recusou-se a dar
entrevistas. As fontes presentes no local, no entanto, revelaram que o
dirigente negou ter participado da configuração dos contratos que foram
assinados para a transferência de Neymar.
O real valor da contratação do brasileiro junto ao Santos tem
levantado dúvidas desde que ela foi finalizada. As investigações
apontaram que o clube catalão deixou de pagar à Fazenda cerca de 2,6
milhões de euros por conta de um contrato de 40 milhões de euros com o
jogador. Esse contrato foi assinado em 3 de junho de 2013, mas jamais
foi apresentado aos sócios ou aos fiscais de renda.
No dia 31 de julho de 2013, foi revelado mais um contrato secreto,
indicando o pagamento de mais 5 milhões de euros a Neymar. Para o
Ministério Público, cabia ao Barça registrar esses contratos e pagar
seus devidos impostos no exercício fiscal de 2014, o que não ocorreu.
O clube ainda sonegou 234 mil euros em contratos de imagem do
brasileiro e outros 11,7 mil euros por um contrato com o pai de Neymar,
avaliado em 22,5 mil euros. Rosell e Bartomeu ainda são acusados de
fraude e sonegação em 2011 e 2013.
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