O secretário-geral da Fifa, Jérôme
Valcke, admitiu nesta quarta-feira em Doha que existem problemas nas
condições de trabalho das obras da Copa do Mundo do Catar-2022, mas ao
mesmo tempo se mostrou "feliz" pelas melhorias introduzidas.
"Está claro que há problemas e questões a resolver sobre as obras no Catar", disse o número 2 da Fifa.
Valcke, no entanto, afirmou que o emirado começou a alcançar o nível das normas internacionais e isto "é um grande avanço".
Ele afirmou ter visitado na terça-feira
vários estádios da futura Copa do Mundo e citou em particular as
inspeções nos alojamentos dos operários. Valcke se mostrou "contente em
geral" com o que viu.
Segundo o dirigente, as mudanças que o Catar está fazendo são motivadas pelo "poder da Copa do Mundo".
Em setembro de 2013, o jornal britânico
The Guardian publicou uma reportagem sobre as obras no Catar e mencionou
a "exploração" e o abuso das condições de trabalho, comparadas a uma
"forma de escravidão moderna".
Segundo os números do jornal, entre
junho e agosto de 2013, 44 operários nepaleses morreram nas obras no
emirado. A este ritmo, pelo menos 4.000 trabalhadores poderiam morrer
até a Copa do Mundo de Mundo de 2022, denunciou a Confederação
Internacional de Sindicatos (ITUC).
Em janeiro de 2014, a Fifa exigiu do
Catar a adoção de medidas concretas. Em resposta, em maio, o emirado
prometeu abolir a 'kafala' - o sistema local que transforma os
trabalhadores praticamente em propriedade dos empresários - e substituir
por um "sistema de contratos de trabalho".
No início de fevereiro, o Catar anunciou
que introduziria um sistema de pagamento de salários para que os
trabalhadores recebessem uma vez ao mês. A medida era exigida por
organizações de defesa dos direitos humanos como Anistia Internacional
ou Human Rights Watch.
Nenhum comentário:
Postar um comentário