A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (5) mais uma
etapa da operação Lava Jato para investigar doações solicitadas pelo
tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, a suspeitos de operar remessas para
pagamento de propina envolvendo a diretoria de Serviços da Petrobras.
“Nós queremos saber informações a respeito de doações que ele
solicitou, legais ou ilegais, envolvendo pessoas que mantinham contratos
com a Petrobras. Esse é o motivo pelo qual ele está sendo ouvido no
momento”, disse Carlos Fernando dos Santos Lima, procurador-regional da
República em São Paulo. Lira disse que a Polícia Federal tem
“informações de doações legais e ilegais de pessoas que tinham contratos
com a Petrobras. Os recursos nem sempre passam por destino legal.”
O procurador-geral disse que ainda não pode afirmar sobre o destino
das doações e ressaltou que, apesar das suspeitas, algumas delas podem
ser legais. A operação de hoje pretende levantar provas para dar
sustentação ao depoimento.
Vacarri mora em São Paulo e foi levado para dar depoimento na
Superintendência da PF na Lapa. Ele será liberado em seguida. A nova
ação está ocorrendo em São Paulo, no Rio, na Bahia e em Santa Catarina.
Os agentes da PF estão cumprindo um mandado de prisão preventiva, no
Rio; três de temporária, em Santa Catarina; 18 conduções coercitivas
(incluindo a de Vaccari) e 40 de busca e apreensão. São 62 mandados no
total.
Entre os mandados de prisão temporária, dois foram cumpridos em Santa
Catarina. Os presos serão encaminhados para a Superintendência da PF em
Curitiba até o final do dia de hoje. Um mandado de prisão temporária
não foi cumprido porque a pessoa procurada está no exterior, mas sua
passagem de volta está marcada para ocorrer nesta tarde. Segundo a PF,
por este motivo a pessoa ainda não é considerada foragida. A prisão
preventiva ainda não foi cumprida porque a pessoa ainda não foi
localizada. Os nomes dos procurados nos mandados não foram revelados.
Em fases anteriores da Lava Jato foram presos os ex-diretores da
Petrobras Paulo Roberto Costa, Renato Duque e Nestor Cerveró, e
executivos de importantes empreiteiras do país. Dos ex-diretores, apenas
Duque não permanece preso. Segundo o Ministério Públicos Federal, não
há provas contra ele para que uma nova prisão seja decretada.
A nona fase da operação Lava Jato foi batizada de “My Way”, apelido
pelo qual era conhecido Renato Duque segundo o ex-gerente da Petrobras
Pedro Barusco. Barusco relatou que ele e Duque receberam propina em mais
de 60 contratos da estatal.
Fonte: UOL
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