O comércio deve registrar um recuo de 0,5% nas vendas na Páscoa deste
ano em relação a igual período de 2014, segundo a Confederação Nacional
do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A previsão é de que o
País movimente R$ 2,6 bilhões em negócios, o que representaria a
primeira queda em 11 anos no volume vendido para a data. No ano passado,
as vendas durante a Páscoa cresceram 3,0% em relação às de 2013, já
descontada a inflação. O comércio não registrava queda no volume vendido
desde 2004, quando o faturamento real apontado foi 4,8% menor que o do
ano anterior.
De acordo com a CNC, a atual tendência de redução no nível de ocupação e
na renda da população, decorrente da queda da atividade econômica
esperada para 2015, é a principal responsável pelo resultado negativo.
"Além disso, a desvalorização do real (em relação ao dólar), superior a
40%, entre a Páscoa deste ano e a de 2014, quando a taxa de câmbio
estava abaixo dos R$ 2,25, afetará de forma significativa os preços dos
produtos tradicionalmente demandados nessa época do ano, especialmente
os importados", acrescentou Fabio Bentes, economista da CNC, em nota.
De acordo com a última prévia da inflação oficial, medida pelo Índice de
Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) divulgado pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os bens e serviços mais
demandados durante a Semana Santa acumularam alta de preços de 9,1% nos
12 meses encerrados em março, com destaque para o aumento nos chocolates
(+10,9%) e pescados (9,3%).
A CNC ressalta que a Páscoa é a sexta data comemorativa mais importante
para o varejo, atrás apenas do Natal, Dia das Mães, Dia dos Pais, Dia
das Crianças e Dia dos Namorados.
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