Embora
o clima dentro de boa parte das penitenciárias do Rio Grande do Norte
esteja se acalmando desde o fim das rebeliões na quarta-feira passada, a
situação pode piorar a qualquer momento. Segundo o juiz titular da Vara
de Execuções Penais do Estado, Henrique Baltazar, os detentos do
Rogério Coutinho Madruga, mais conhecido como Pavilhão 5 de Alcaçuz, em
Nísia Floresta, afirmaram que irão continuar com o “quebra-quebra”.
“Eu recebi um telefonema de um detento daquela unidade no sábado. Ele
me disse que os presos de lá continuarão quebrando a unidade. O
problema é que alguém que esteve lá negociando prometeu um monte de
coisas para eles. Coisas que não podem ser cumpridas”. Ao ser
questionado quem fez essas promessas aos presos, Henrique não soube
precisar, mas detalhou um pouco da conversa. “Eu soube que uma comissão
da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e de alguns agentes
penitenciários conversou com os presos de lá. Mas eu não soube o que
prometeram. Segundo esse detento, que também não disse quem fez as
promessas, foram prometidas TVs dentro das celas, além de cigarros. Mas
judicialmente isso não é permitido”.
Logo depois que recebeu o telefonema, Henrique disse que entrou em
contato com representantes do Governo, mas que eles, mais uma vez, não
teriam levado a informação a sério. “Desde o ano passado que eu informo
para o Estado a situação dos presídios. Que os presídios iriam explodir.
Este ano entrei em contato com o novo Governo e falei novamente. Nada
foi feito. Tudo o que eu alertei vem acontecendo”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário