Com
a nova rodada de empréstimos anunciados na última sexta-feira, os
recursos de bancos públicos comprometidos com a Petrobrás poderá chegar a
R$ 79 bilhões. Segundo estimativa da agência de classificação de risco
Moody's, esse valor encerrou 2014 em US$ 27 bilhões, ou R$ 72,5 bilhões
pelo câmbio da época.
O
total subirá com os R$ 6,5 bilhões conseguidos pela estatal com Banco
do Brasil (BB) e Caixa. O Bradesco emprestou outros R$ 3 bilhões, como a
Petrobrás informou no final da semana passada, após a Bolsa fechar.
O
montante comprometido considera o valor de exposição – o quanto um
banco ainda tem a receber de um cliente, ou seja, o valor total
contratado no financiamento, descontando o que já foi pago. Esse
indicador é o que importa para a saúde financeira dos bancos e o risco
de perdas com inadimplência.
Em
novembro, a consultoria PricewaterhouseCoopers recusou-se a auditar o
balanço financeiro do terceiro trimestre de 2014 da Petrobrás e, desde
então, a companhia não tem dados auditados. Mesmo com os atrasos no
balanço, os bancos toparam assumir o risco dos empréstimos à estatal.
Para
João Augusto Salles, analista especializado no setor bancário da
consultoria Lopes Filho, "causa estranheza" no mercado os empréstimos
serem aprovados antes da divulgação do balanço da Petrobrás – a
companhia prometeu apresentar nesta quarta-feira, 22, os dados de 2014
com aval de auditoria independente.
"Foi
uma decisão política", comentou Salles, para quem os bancos poderiam
ter esperado para aprovar os financiamentos após a divulgação do
balanço, principal fonte de dados para os bancos analisarem riscos e
decidirem emprestar. "A coisa deveria ser feita de forma mais técnica",
completou.
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