Os agricultores que vivem no semiárido brasileiro procuram utilizar
estratégias para minimizar os efeitos da estiagem prolongada e garantir o
sustento da família, com a manutenção das economias. As formas de
armazenamento de água da chuva para consumo e irrigação, por exemplo,
são as mais comuns.
A análise parte de um projeto executado há dois anos pelo Instituto Nacional do Semiárido (Insa/MCTI), em parceria com a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), que mapeia essas estratégias utilizadas pelos agricultores. No período de 11 a 13 de maio, pesquisadores do projeto se reuniram em Campina Grande (PB) para realizar a análise econômica e ecológica dos agroecossistemas estudados, com foco na conquista da estabilidade e da autonomia pelas famílias para conviver com os longos períodos de estiagem.
O trabalho constatou que as comunidades adquiriram capacidade de se recuperarem de eventos extremos, como é o caso das longas estiagens e escassez de recursos. Com o aumento e a estabilização dos níveis produtivos em anos normais de chuva, os agricultores apresentam maior capacidade de enfrentar os períodos prolongados de estiagem.
Segundo
os resultados obtidos, a história da trajetória das famílias estudadas
demonstra que o acesso a políticas públicas de terra e água, bem como a
capacidade de se organizarem coletivamente para participação social, têm
permitido a produção e apropriação das riquezas e propiciado maior
autonomia e melhores condições para enfrentar os períodos mais críticos
de escassez.
Paulo Petersen, da AS-PTA, organização integrante
da ASA, destaca que a estratégia fundamental para promover a convivência
com o Semiárido é que a maior parte das riquezas produzidas no
agroecossistema fique para a família, a fim de lhe propiciar maior
independência em relação ao mercado externo.
Portal Correio
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