terça-feira, 16 de junho de 2015

Partidos têm menor filiação em 20 anos

EPartidosA descrença da população brasileira em relação aos partidos está criando uma situação inédita na jovem democracia brasileira. Nunca houve tão poucas pessoas se filiando a legendas em um ano de pré-eleição municipal, período que mais mobiliza adesões partidárias nos ciclos de quatro anos em que se preparam e disputam os cargos eletivos no País – vereador e prefeito em uma votação; deputados, senadores, governadores e presidente no biênio seguinte.


 
Os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que desde 1995, quando foi instituída a obrigação de se filiar a um partido um ano antes da votação para poder sair candidato, ocorrem ondas de adesão partidária nos anos anteriores às eleições municipais, como mostrou o Estadão Dados no ano passado. Sete em dez brasileiros que hoje são ligados a um partido assinaram a ficha de filiação no ano entre as eleições gerais e as municipais. Em 2011, por exemplo, houve 1,9 milhão de novas filiações – número dez vezes maior que no ano anterior, fenômeno que se repetiu em 2007, 2003, 1999 e 1995.

Em 2015, essa regra parece ter perdido força. Foram 77 mil novas filiações nos primeiros cem dias do ano, praticamente o mesmo número do ano passado – ou, numa comparação mais justa, queda de 60% em relação ao mesmo período de 2011, ano anterior à realização dos últimos pleitos municipais.

Se o ritmo de filiações em 2015 for similar ao de quatro anos atrás, o Brasil chegará a dezembro com cerca de 620 mil novos filiados, o que representará a menor mobilização de filiação pré-eleição municipal em toda a série histórica desde a redemocratização.

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