O caso do mensalão foi o maior escândalo do governo de Luiz Inácio Lula
da Silva. Mas os holofotes destinados ao caso podem ter ajudado a
esconder o chamado Petrolão, que envolveu mais pessoas, um valor maior
de desvios, apesar de ter tido personagens em comum. Segundo matéria da
Folha, apenas um mês antes de condenado a 9 anos e 5 meses de prisão por
corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha pelo primeiro
caso, o ex-deputado federal Pedro Corrêa (PP-PE) recebeu cerca de R$ 2
milhões de um dos "funcionários" do doleiro Alberto Youssef, operador
dos desvios da Petrobras. Apesar de Corrêa negar seu envolvimento no
caso, registros da portaria mostram que ele visitoui o escritório de
Youssef ao menos 19 vezes entre 2011 e 2012, período em que já era réu
da ação penal 470.
Ao todo, o mensalão movimentou cerca de R$ 141 e
levou à condenação de 25 pessoas. Já o petrolão teve desvios estimados
em cerca de R$ 6,2 bilhões e já conta com a investigação de 49 políticos
e outros 20 executivos das maiores empreiteiras do país. Outro
personagem que teria atuado nos dois escândalos foi o deputado José
Janene (PP-PR), que morreu em 2010, antes do julgamento do STF.
Em 2004,
ele seria um dos principais sacadores das contas do publicitário Marcos
Valério, ao mesmo tempo em que ameaçava o Planalto com obstruções caso
não tivesse uma diretoria da Petrobras. A escolhida foi a de
Abastecimento, que teve como indicado Paulo Roberto Costa. Já a
diretoria de Serviços, também envolvida no esquema mais recente, foi
dada a Renato Duque após indicação de um dos principais condenados pelo
STF, o ex-ministro José Dirceu.
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