sábado, 25 de julho de 2015

Bancada do PMDB na Câmara diz que não aceita 'especulações' contra Cunha

Defesa ocorre no momento em que Cunha anunciou rompimento com o Palácio do Planalto após ser acusado de ter recebido R$ 5 milhões em propina no esquema de corrupção da Petrobras / Foto:ReproduçãoAliado do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o líder do PMDB, deputado Leonardo Picciani (RJ), divulgou nota nesta sexta (24) em desagravo ao peemedebista. Falando em nome da bancada do partido na Casa, Picciani afirma que os deputados da sigla não vão aceitar "especulações" que enfraqueçam a autoridade institucional do presidente da Câmara.

A defesa ocorre no momento em que Cunha anunciou rompimento com o Palácio do Planalto após ser acusado de ter recebido R$ 5 milhões em propina no esquema de corrupção da Petrobras. A informação foi revelada por um dos delatores da Operação Lava Jato, o lobista Julio Camargo.

Nos bastidores, um grupo de deputados defende que Cunha se afaste do comando da Câmara enquanto durarem as investigações, especialmente se o parlamentar for denunciado pela Procuradoria-Geral da República por envolvimento nas irregularidades da Petrobras.

Ao contrário da bancada do PMDB, o comando nacional do partido afirma que a decisão de Cunha romper com o governo federal é uma "posição pessoal" e que qualquer decisão partidária só vai ser tomada após consulta às "instâncias decisórias" do partido.

Diversos líderes da sigla também criticaram nos bastidores a reação do deputado, deixando Cunha isolado na postura de bater de frente com o Planalto. Na nota, Picciani afirma que todos os cidadãos brasileiros estão sujeitos a investigação "não importa quanto poder ou riqueza possuam", mas a democracia prevê o direito à ampla defesa.
 
"Não existe julgamento sumário. A presunção da inocência está prevista na Constituição, a qual juramos defender", afirma o líder.

Segundo Picciani, nos cinco meses em que está na Presidência da Câmara, Cunha conseguiu "resgatar a relevância do parlamento" e imprimiu maior ritmo de trabalhos aos deputados. "Temas há muito exigidos pela sociedade e jamais colocados em pauta foram finalmente enfrentados", afirma o líder.

Picciani diz, ainda, que a credibilidade do Legislativo passa pela "rapidez com que consegue ouvir e atender às demandas das ruas". "A democracia e seus preceitos são cláusulas pétreas das quais a nossa bancada não abrirá mão."

O vice-presidente da República Michel Temer, que é presidente do PMDB, acumula o cargo com a articulação política do governo. Diversos líderes peemedebistas são contrários ao rompimento com o Planalto neste momento, embora defendam candidatura própria do PMDB em 2018 -o que provocaria o desembarque do governo em um futuro próximo.

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