Por
ampla maioria, a Câmara aprovou na noite desta terça-feira, 30, um
projeto de autoria do deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ).que obriga a
União a adotar, até o início de 2016, novos indexadores para as dívidas
de Estados e municípios. Como o texto analisado veio do Senado, ele
segue para sanção da presidente Dilma Rousseff.
Os
parlamentares querem forçar o governo a aplicar fatores de correção já
aprovados pelo Congresso. Trata-se da troca do atual IGP-DI mais 6% a 9%
de juros para o IPCA, índice oficial de inflação, mais 4% ou o teto da
Selic – o que for menor entre os dois. Na prática, a atualização dos
índices dá uma folga bilionária para o caixa de Estados e municípios que
têm débitos com o governo federal, mas tira vultosos recursos da União.
Embora
a mudança do indexador tenha sido avalizada pelo Legislativo no fim de
2014, a equipe econômica, em plena crise fiscal, vinha adiando a
regulamentação da lei. O texto sancionado apenas autorizava a União a
substituir os índices, mas nenhum artigo obrigava a adoção dos novos
juros.
A
demora do governo irritou os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que no início deste
ano desencadearam uma ofensiva para promover uma regulamentação "na
marra", o que levou os parlamentares a colocarem um dispositivo
determinando que a União aplique a medida.
A
primeira versão do texto previa 30 dias para o governo trocar os
fatores de correção. Temendo colocar o ajuste fiscal em risco, o
Planalto abriu negociações para conseguir mais tempo antes da aplicação
efetiva da lei. Dessa forma, pela redação aprovada hoje, a União tem até
31 de janeiro de 2016 para adotar os indexadores atualizados.
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