Em um recado indireto ao presidente da Câmara dos Deputados,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o vice-presidente Michel Temer criticou nesta
sexta-feira (31) o “radicalismo” na atual “fase delicada” do país.
Em discurso a dirigentes do partido em São Paulo, o peemedebista
ressaltou que divisões internas na legenda não farão a sigla crescer.
“Não vamos pensar que divisões internas poderão fazer crescer o PMDB. O que nos faz crescer é a unidade”, afirmou.
Segundo ele, a atual crise política e o momento de “descrença na
classe política” pede “equilíbrio” do partido que, para o peemedebista,
tem sido desde 1988 “o centro da governabilidade no país”.
“Nós estamos passando por uma fase delicada no Brasil e, essa fase,
demanda muito equilíbrio. Não podemos radicalizar em nenhum momento”,
pregou.
Acuado pela acusação de ter recebido US$ 5 milhões em propina no
esquema de corrupção na Petrobras, o presidente da Câmara dos Deputados
decidiu romper com o governo federal.
Na volta do recesso parlamentar, no mês que vem, ele ameaça colocar
em votação projetos desfavoráveis ao Palácio do Planalto e deve colocar
partidos de oposição na presidência de CPIs (Comissões Parlamentares de
Inquérito) que podem fragilizar o governo federal.
O vice-presidente afirmou que não tem “nenhuma preocupação” pela
possibilidade da oposição estar à frente das comissões de inquérito.
“Tenho a absoluta convicção de que a oposição também tem preocupações
com o país. Se a oposição estiver presente, como certamente estará pelo
critério da proporcionalidade, sei que serão tão responsáveis como os
membros da situação”, disse.
O peemedebista voltou a defender que o Brasil precisa de ”
equilíbrio” e “moderação” e afirmou acreditar que o governo federal
conseguirá unidade na base aliada da Câmara dos Deputados na volta do
recesso parlamentar.
Folha de S. Paulo
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