O novo corte no Orçamento da União terá
como foco as obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que
vão responder pela maior parte do bloqueio de R$ 8,6 bilhões anunciado
na semana passada pela equipe econômica. O Ministério da Educação,
responsável pelo lema do segundo mandato de Dilma Rousseff, também vai
sofrer nova redução.
Segundo a reportagem apurou, depois das
obras do PAC, o Ministério da Saúde terá o maior corte, seguido da pasta
da Educação. Até o final da manhã desta quinta-feira (30), o bloqueio
de despesas na Saúde estava previsto em R$ 1,8 bilhão. Já na Educação a
previsão era de um corte de cerca de R$ 1 bilhão.
Os números finais ainda estavam sendo
fechados pelos técnicos do Ministério do Planejamento e poderiam sofrer
alterações. O prazo do governo para fazer o detalhamento do chamado
contingenciamento termina nesta quinta e precisa ser publicado em edição
extra do “Diário Oficial” da União.
O novo corte faz parte das medidas
divulgadas pela equipe econômica para tentar garantir o cumprimento da
nova meta fiscal, de 0,15% do PIB (Produto Interno Bruto). Diante da
queda real (descontada a inflação) na arrecadação federal, a presidente
Dilma foi obrigada a reduzir a meta de superavit primário de 1,1% para
0,15% do PIB.
No primeiro corte anunciado pelo governo
Dilma, quando a ideia era fazer um superávit primário de 1,1% do PIB, o
Ministério da Saúde sofreu um corte de R$ 11,7 bilhões, enquanto na
Educação ele foi de R$ 9,2 bilhões. Na época, o corte total atingiu R$
69,9 bilhões. As pastas de Cidades, Saúde e Educação foram as principais
afetadas.
O secretário do Tesouro, Marcelo
Saintive, disse em entrevista coletiva nesta tarde que os cortes seriam
proporcionais aos orçamentos dos ministérios.
“Não tem nenhuma área especificamente
afetada, todos os ministérios sofreram corte. Evidentemente, preservando
fortemente as áreas de educação e saúde, respeitando sempre os limites
constitucionais”, afirmou o secretário.
A redução da meta fiscal afetou o
mercado, fazendo o dólar subir e a Bolsa cair. Levou ainda a agência de
classificação de risco Standard & Poor’s a colocar a nota brasileira
em perspectiva negativa, o que sinaliza que o Brasil pode perder, em
breve, o grau de investimento.
Na S&P, o Brasil está no último
degrau do grau de investimento, o selo de bom pagador concedido pelas
agências de classificação de risco.
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