Para
poupar ministros mais próximos da presidente Dilma Rousseff e livrar da
exposição o ex-ministro José Dirceu, o PT e o governo decidiram
sacrificar o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Com a anuência
do Palácio do Planalto, Cardozo foi convocado a depor na CPI da
Petrobrás, onde deverá dar explicações sobre a atuação da Polícia
Federal na apuração do esquema de corrupção na estatal.
Numa
lista com 436 requerimentos protocolados, PMDB e PSDB queriam focar nas
convocações dos ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), Edinho Silva
(Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República), além de
Cardozo e Dirceu. Também havia requerimentos disponíveis para votação
contrários aos interesses do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
mas a oposição descartou convocá-lo ou quebrar seus sigilos, pelo menos
por enquanto.
O
Planalto rechaçava a convocação de Mercadante e Edinho porque isso
simbolizaria a exposição direta da presidente Dilma Rousseff. Na
avaliação do governo, os ministros também não teriam o que explicar à
comissão porque desconhecem o conteúdo da delação premiada do
empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC. O Palácio avisou à CPI que, se
os ministros fossem chamados, outros nomes citados por Pessoa também
teriam de entrar na lista.
Cardozo,
por sua vez, é visto como uma figura bem articulada e capaz de se sair
bem no interrogatório dos parlamentares. Portanto, se alguém teria de ir
para o "sacrifício", o ministro da Justiça seria "um custo menor",
avaliou o governo.
Estado de São Paulo
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