A maioria dos líderes de bancadas da Câmara dos Deputados afirma ser
contra o afastamento do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
mesmo que o Supremo Tribunal Federal (STF) aceite a denúncia de seu
envolvimento com o esquema de corrupção na Petrobras. Para os deputados,
não há motivos para que os outros colegas também investigados pela
Operação Lava Jato sejam cassados pelo Conselho de Ética. Um
levantamento da Folha de S. Paulo feito com 20 dos 22 líderes das
maiores bancadas da Câmara aponta que cerca de 57% do plenário é contra o
afastamento de Cunha. Ao todo, dez líderes, que representam 294, se
declararam contrários à decisão. Não tem sentença ainda. Pode não dar em
nada, e aí como faz?", diz Sibá Machado (AC), líder da bancada do PT,
partido hoje em pé de guerra com Cunha.
"Entendo que o presidente
Eduardo Cunha deve exercer plenamente suas atribuições constitucionais e
ter garantido seu direito à ampla defesa", reforça Rogério Rosso
(PSD-DF). Apenas PSOL e PPS defendem o afastamento do presidente. "Vou
questionar na reunião de líderes a situação do presidente em relação às
denúncias gravíssimas que surgiram", diz Chico Alencar (PSOL-RJ). Ao
mesmo tempo, 58% da Casa – representados por 11 líderes – são contra o
impeachment da presidente Dilma.
"Não pode comprometer o país, o povo
brasileiro, a economia do país, o capital estrangeiro investido aqui,
falando uma coisa sem propriedade e sem embasamento jurídico nenhum",
diz Celso Russomanno (PRB-SP). Dos partidos ouvidos, apenas o DEM
acredita já haver elementos suficientes. "São muitos fortes as
comprovações de que ela afrontou a Constituição e as finanças públicas",
afirma Mendonça Filho (DEM-PE).
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