O ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, disse hoje (5)
que a desaceleração das atividades de petróleo e gás não é
exclusivamente brasileira, mas atinge as grandes empresas que atuam no
setor no mundo. Admitiu porém que um segundo impacto, característico da
desaceleração no Brasil, é provocado pelas denúncias de corrupção
envolvendo a Petrobras.
Segundo ele, os trabalhos de combate às irregularidades afetam hoje
diretamente os investimentos, mas vão garantir ganhos, em médio prazo,
de eficiência, governança e transparência.
“O combate à corrupção traz benefícios para a empresa e para a
sociedade. [Com a Operação Lava Jato, da Polícia Federal] há uma
recuperação [de recursos desviados] estimada em R$ 570 milhões, outros
R$ 296 milhões já foram devolvidos e a meta de recuperação é R$ 6,2
bilhões”, disse. “A empresa vai ter retomada de eficiência, mas agora
tem impacto sobre o PIB [Produto Interno Bruto]”, acrescentou.
Ao falar com deputados da Comissão de Minas e Energia da Câmara sobre
a crise da indústria naval no Brasil provocada pelas denúncias
envolvendo a estatal, o ministro destacou que o setor já representou 13%
das riquezas produzidas no país, mas hoje sofre com “a queda de
investimentos da Petrobras e na construção civil”.
Mercadante reiterou que grandes empresas do mundo, como Shell e
Technobil, passaram por cortes de investimento em torno de 30% nos
últimos meses. Segundo ele, o primeiro problema surgiu com o colapso das
commodities em agosto de 2014. “[Elas] desabaram de preço sem
perspectiva de recuperação porque o Irã voltou ao mercado de petróleo
[com projeção de oferta alta do produto] e isso impacta todas as
empresas de petróleo do mundo e impacta a Petrobras”, explicou.
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