A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Comissão Nacional da Verdade
da Escravidão Negra encaminharam denúncia à Secretaria de Políticas de
Promoção da Igualdade Racial, do governo federal, contra o personagem
Africano, interpretado pelo ator Eduardo Sterblitch no programa Pânico
na Band, da Rede Bandeirantes. Para interpretar o personagem, o
humorista, que é branco, pinta o rosto de preto e utiliza uma malha
escura para cobrir todo o corpo. Ele ainda age como um animal, não fala e
somente faz caretas e danças consideradas exóticas.
Segundo a denúncia
feita pela OAB e pela Comissão Nacional da Verdade da Escravidão Negra, o
personagem é uma “afronta racial” e contribui para “perpetuar os
efeitos e resquícios da escravidão negra”, como a prática do “black
face”, quando atores de teatro do século XIX se coloriam com carvão de
cortiça para representar personagens negros de maneira exagerada.
"As
pessoas que produzem o personagem, o próprio ator ou as que estão rindo
disso não percebem toda a carga de racismo, que tem origem na
escravidão", diz Humberto Adami, presidente da comissão. Em nota
divulgada na última segunda-feira (10), o Pânico pediu desculpas a quem
se sentiu ofendido pelo personagem e justificou que na atração também há
sátiras de “mexicanos, chineses e árabes”.
No Facebook, Eduardo
Sterblitch também se desculpou e negou ser racista. “Estou chorando... A
quem deixei triste ou pior, peço desculpas por minha ignorância. Que,
pelo menos, eu sirva de exemplo para que isso não aconteça mais",
escreveu. Nas redes sociais, internautas fizeram duras críticas ao personagem por também considerá-lo racista.
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