Às vésperas de estourar a Operação Lava Jato, um empréstimo de R$ 4
bilhões foi viabilizado pelo Bradesco para financiar as obras das
refinarias Abreu e Lima, em Pernambuco, e do Complexo Petroquímico do
Rio de Janeiro (Comperj), no Rio. O financiamento marcou o ritmo
exponencial com o qual o banco passou a ficar exposto ao risco
Petrobras. Em menos de dois anos, foi um salto de 12.250%, saindo de R$
85 milhões, em setembro de 2013, para R$ 10,5 bilhões, em junho deste
ano.
O último balanço do Bradesco, divulgado na semana passada, já traz
contabilizado o mais recente empréstimo dado pelo banco à estatal. Foram
cerca de R$ 3 bilhões, uma operação com alguma polêmica, uma vez que a
decisão do empréstimo foi tomada antes da publicação do balanço anual da
Petrobras. Havia sérias dúvidas se a empresa conseguiria cumprir o
prazo para fazer a publicação, com a chancela de uma auditoria
independente e, assim, colocar em ordem sua contabilidade.
Se a
Petrobras não cumprisse o prazo, seus credores poderiam exigir que US$50
bilhões em dívidas fossem pagos imediatamente, o que seria inviável
para a empresa e deixaria o Bradesco, a Caixa e o Banco do Brasil - que
deram empréstimos à estatal às vésperas da publicação do balanço - em má
situação. O empréstimo dos três bancos, no valor total de R$ 9,5
bilhões, está sendo contabilizado agora. Mas apenas o Bradesco divulgou
seus números referentes ao segundo trimestre. Isso significa que Caixa e
BB também terão suas contas relativas à Petrobras infladas quando
divulgarem seus balanços. Os bancos e a Petrobras não quiseram comentar o
assunto.
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