Investidores que colocaram dinheiro na Telexfree por meio de CPFs
falsos não vão conseguir reaver esses recursos, segundo o Ministério
Público do Acre (MP-AC). Na quinta-feira (17), a empresa foi condenada a
ressarcir todos os seus divulgadores, após um processo iniciado há dois
anos e 3 meses. Cabe recurso.
“São milhares de CPFs nessa situação”, diz o promotor de Justiça
Marco Aurélio Ribeiro, um dos responsáveis pelas ações contra a
Telexfree. “Ele [CPF] não existe, não vai ter como cobrar.”
A criação de CPFs falsos, que pode ser feita por meio da
internet, foi uma estratégia usada por investidores da Telexfree para
tentar aumentar seus lucros no negócio, considerado pela Justiça como
uma pirâmide financeira que atraiu 1 milhão de pessoas no Brasil.
Os cadastros falsos foram descobertos durante uma
perícia feita nas contas da empresa no âmbito do processo movido pelo
MP-AC. Ribeiro disse não ser possível informar, nesta quinta-feira (17),
o número exato, e questionou o controle da Telexfree para evitar a
prática. “A gente vê ao entrar em certos sites. Você digita o CPF e ele [site] vai lá na Receita e valida. Isso seria uma coisa fácil de fazer se as empresas realmente quisessem validar”, diz o promotor.
Um dos advogados da Telexfree, Horst Fuchs alega que a empresa
possuía um sistema para impedir pagamentos a CPFs falsos e exluir os
cadastros feitos com essas informações inválidas.
“Ela [Telexfree] tinha o sistema. Tanto é que nenhum pagamento foi feito para CPF que não é correto”, afirmou Fuchs. “E [a empresa] bloqueou o cadastro para impedir esse tipo de operação.”
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