O deputado Eduardo Cunha voltou a afirmar neste domingo (11) que não
renunciará ao mandato nem se afastará do cargo de presidente da Câmara. O
peemedebista passou o fim de semana no Rio lendo sete pedidos de
impeachment contra Dilma Rousseff. O requerimento apresentado pelos
juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior será analisado por ele nesta
segunda, que promete uma decisão para breve. "Ainda não indeferi nada
porque estou rascunhando. Só terça-feira", disse Cunha ao jornal Estado
de S. Paulo. Um dia após a divulgação da nota pedindo o afastamento do
presidente da Câmara, oposicionistas afirmam que não farão pressão
efetiva pela saída do deputado e já põem em xeque o futuro processo por
quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Casa.
De posse de
documento em que a Procuradoria-Geral da República confirma que Cunha e
familiares têm contas na Suíça, o PSOL pretende protocolar nesta
terça-feira (13) pedido de abertura de processo por quebra de decoro.
Sem o mandato, Cunha perde a prerrogativa de foro privilegiado e
torna-se réu comum. Parlamentares próximos a Cunha avaliam que o
processo não deve prosperar porque ainda não foi apresentada prova
documental como os extratos bancários contra o peemedebista, argumento
no qual deputados têm se apoiado para não defender enfaticamente a
renúncia do presidente da Câmara.
Para governo e oposição, a decisão de
PSDB, DEM, PPS, PSB e Solidariedade de divulgar a nota após a revelação
de que Cunha e parentes têm contas na Suíça que foram usadas para pagar
aulas de tênis e cursos no exterior não passa de jogo de cena para
responder as cobranças da opinião pública e de suas bases eleitorais. Os
deputados entenderam que pedir o impeachment da presidente Dilma
Rousseff e não se manifestar diante das acusações contra Cunha soava
contraditório.
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