sábado, 21 de maio de 2016

Cagepa confirma altissima contaminação no Boqueirão e pode cortar água definitivamente


Uma verdadeira bomba acaba de ser descoberta e trazida a público pelo ‘Portal Correio’, que teve acesso com exclusividade a um documento oficial da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa) confirmando ao Comitê da Bacia Hidrográfica da Paraíba (CBP-PB) a presença de cianobactérias e cianotoxinas nas águas do Açude Epitácio Pessoa (Boqueirão), responsável pelo abastecimento em Campina Grande e Região.

O relatório registra que entre março e abril deste ano a concentração dos organismos havia superado 10 mil células por mililitro.

Segundo o professor e especialista em recursos hídricos Janiro Costa, da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), há risco iminente de interrupção total na distribuição da água, devido ao alto potencial de proliferação dessas cianotoxinas.

“Campina está em risco iminente de ficar completamente sem água. A proliferação dessas toxinas é muito rápida e esse processo é acelerado à medida que o nível no açude vai diminuindo. De uma hora para outra a concentração desses organismos pode ultrapassar o limite estabelecido pela legislação e, se isso acontecer, a Cagepa será obrigada a parar a distribuição da água do Boqueirão na cidade”, alerta o professor.

“É importante ressaltar, porém, que a Cagepa já está consciente da situação. Pode ser que a suspensão total no abastecimento não venha a ocorrer, mas existe o risco sim. Se não houvesse a Cagepa não teria alertado sobre a necessidade de monitoramento semanal desses organismos e da qualidade da água”, pondera Janiro Costa.

Em documento encaminhado ao presidente da CBP-PB, Ulysmar Curvelo Cavalcanti, no dia 28 de abril, ao qual o portal teve acesso, a Cagepa recomenda monitoramento semanal do manancial, conforme exige o Ministério da Saúde.

No relatório, a Cagepa diz que terceiriza o monitoramento dessas análises com o Laboratório de Ecologia Aquática, da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), onde são feitas as determinações acerca da biodiversidade e quantificação da comunidade de cianobactérias.

“Deve-se realizar análises das concentrações de microcistina e saxitoxina no ponto de captação de água do manancial e na saída do tratamento da água com frequencia semanal. A ocorrência de organismos dos gêneros de Cylindropermopsis e Dolichospermum nas águas é um indicativo de contaminação potencial por cilindrospermopsina e anatoxina, respectivamente, deste modo, recomenda-se também a análise destas variantes de cianotoxinas", diz parte do parecer da Cagepa.


Fonte: Jornal Palavra Online 

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