terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Arena Corinthians drenou mais de R$ 51 milhões do caixa do Corinthians em 2016


O ex-presidente corintiano Andrés Sanchez mudou de discurso sobre as perdas causadas pela Arena Corinthians nas finanças do Corinthians. Até o fim do ano passado, como fez em entrevista ao Globo Esporte, o cartola dizia que o clube “não põe dinheiro nenhum” no caixa do estádio. Nesta segunda-feira (9), admitiu à Rádio Bandeirantes que teve de tirar dinheiro do futebol para pagar os juros da construção. Faltou dizer quanto.

O Corinthians e a Arena Corinthians são, do ponto de vista contábil, coisas diferentes. O clube tem um caixa, cujo dinheiro é usado majoritariamente pelo futebol, e o estádio possui outro caixa, do qual a grana sai para pagar as despesas da própria arena e as dívidas geradas pela construção dela. Feita a distinção, fica mais fácil entender como o estádio afeta negativamente o futebol.

A Arena Corinthians drena dinheiro do futebol alvinegro de dois modos. Em primeiro lugar, fica com toda a receita das bilheterias. O que o torcedor gasta com ingressos nem chega ao caixa do clube. Em 2016, a soma da receita líquida – depois que a despesa da partida já foi descontada da receita bruta – chegou a R$ 32,9 milhões. ÉPOCA calculou o valor a partir dos boletins financeiros dos 35 jogos disputados entre Paulista, Brasileiro, Copa do Brasil e Libertadores.

Até aí, o impacto financeiro era esperado. O problema é que as receitas da Arena Corinthians não são suficientes para bancar as despesas dela. Como falta, o Corinthians ainda tem de tirar dinheiro do caixa do clube e usá-lo para tapar buraco no caixa do estádio. Sanchez não revelou o valor, mas o número consta no balanço financeiro parcial do clube, um achado do Cesar Grafietti, executivo do Itaú BBA que estuda as finanças do futebol. Até setembro, o Corinthians mandou R$ 18,1 milhões para a Arena Corinthians.

O valor integral é maior, visto que os últimos três meses do ano não constam no balanço parcial publicado pelo clube. Por ora, com a soma do que deixou de chegar das bilheterias e do que saiu para pagar despesas do estádio em nove meses, são R$ 51 milhões. Esse é o dinheiro que, numa pré-temporada, como agora, faz falta para contratar reforços para um time que já foi depenado, desde o início de 2016, justamente pela fragilidade financeira do Corinthians.

Por Época

Nenhum comentário:

Postar um comentário