Com
contrato com o Vitória até dezembro de 2014, Ney Franco foi o preferido
de Peter em duas ocasiões em 2013. Na saída de Abel Braga, em julho, e
em dezembro, ao término do Brasileirão. Nas duas ocasiões, no entanto,
prevaleceu a vontade do presidente da Unimed. Primeiro, com Vanderlei
Luxemburgo. Depois, com Renato.
A diretoria tricolor
cogita acertar com Ney mesmo sem a participação do patrocinador no
pagamento do salário. A opção desejada por Siemsen significaria um custo
de aproximadamente R$ 450 mil mensais. Com Renato, o gasto era de R$ 50
mil, já que o restante, cerca de R$ 500 mil, era pago pela parceira.
Apesar de o clube passar por dificuldades financeiras, o mandatário
tricolor assumiu a responsabilidade de aumentar a despesa com treinador
para ter um profissional de sua escolha.
Números de Renato
18 jogos
9 vitórias
5 empates
4 derrotas
59,2% de aproveitamento
9 vitórias
5 empates
4 derrotas
59,2% de aproveitamento
O
perfil de Ney Franco, que tem 47 anos, agrada principalmente pelo
histórico de bons trabalhos com jovens. Entre 2010 e 2012, assumiu a
seleção brasileira sub-20 e a coordenação das divisões de base do
Brasil. Com ele, a Seleção conquistou o Sul-Americano e o Mundial da
categoria em 2011 e se classificou para os Jogos Olímpicos de 2012.
Em
clubes, Ney também tem títulos por Ipatinga, Flamengo, Botafogo,
Coritiba e São Paulo. Os principais: a Copa do Brasil de 2006, pelo
Rubro-Negro, a Série B do Brasileiro 2010, pelo Coxa, e a Copa
Sul-Americana de 2012, pelo São Paulo. Ano passado, assumiu o vitória na
parte debaixo da tabela do Brasileirão e quase levou o time à
Libertadores da América.
Renato não foi ao clube no
início da manhã desta quarta-feira, nem o preparador físico Alexandre
Mendes ou o preparador de goleiros Victor Hugo, que acompanham o
treinador em seu trabalho nos clubes. O auxiliar fixo do Tricolor,
Marcão, comanda a atividade.
Reunião vara a madrugada
A
decisão da saída do treinador marcou nova divergência entre Siemsen e o
presidente da patrocinadora, Celso Barros. Em reunião que começou na
noite desta terça-feira e invadiu a madrugada desta quarta, os dois
debateram o futuro de Renato Gaúcho. Não houve consenso na decisão, mas
chegou o fim da linha para o treinador. Celso exigia a permanência do
ex-atacante, só que o mandatário bateu o pé e decidiu pela saída, algo
que já havia estabelecido mais cedo. O encontro teve a presença do vice de futebol Ricardo Tenório.
Na
reunião, o presidente da Unimed ameaçou não colocar dinheiro na
contratação do novo técnico caso Renato fosse demitido. Peter decidiu
bancar a decisão, apesar de o clube estar em dificuldades financeiras.
Renato
Gaúcho não foi unanimidade no clube ao iniciar sua quinta passagem. No
fim de dezembro, quando anunciado, sofreu enorme resistência de Peter
Siemsen, que preferia Ney Franco. Porém, Celso Barros, responsável por
injetar dinheiro nas contratações, venceu aquela queda de braço. O mesmo
ocorreu no segundo semestre de 2013, quando Peter foi contra a
contratação de Vanderlei Luxemburgo, que chegou às Laranjeiras bancado
pelo parceiro.
A eliminação na semifinal do Carioca
após a derrota para o Vasco no domingo passado, e o risco de sair da
Copa do Brasil na primeira fase contra o modesto Horizonte-CE fizeram
crescer a resistência interna ao treinador nos últimos dias. Além disso,
Renato não agradava pelo estilo de trabalho e por não ter um perfil de
formador de elenco, na visão de Peter. A falta de coletivos e treinos
táticos depois da pré-temporada gerou críticas nos bastidores.
Nesta
quinta passagem pelas Laranjeiras, Renato comandou o time em 18
partidas até aqui. São nove vitórias, cinco empates e quatro derrotas,
um aproveitamento de 59,2%. O Fluminense fez 33 gols e sofreu 21.
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