O cantor baiano Pablo foi destaque em uma matéria do jornal Folha de S.
Paulo neste domingo (14), depois que a sua música "Homem não chora"
viralizou na internet, com vídeos de fãs - e cachorros, e papagaios -
chorando por causa da música. À TV Folha, ele revelou que evita ouvir o
próprio trabalho, principalmente quando está mais vulnerável. "Se
eu estiver brigado com a mulher em casa, não escuto meu trabalho, senão
me acabo na cachaça e choro demais", revela.
A "sofrência" levou a,
pelo menos, 50 vídeos no YouTube, que somam 2,5 milhões de
visualizações. De acordo com Paulo César de Araújo, autor do livro sobre
o brega "Eu Não Sou Cachorro, Não", de 2002, tal comoção acontece por
causa da veneração do ídolo e da identificação com os temas das
músicas. "Como o samba, que
agoniza mas não morre, o brega incorpora influências para se reinventar e
manter o interesse do público", diz Araújo.
A diretora Ana Rieper, do documentário Vou Rifar Meu Coração, de 2011, investiga a relação afetiva entre o público e os artistas do brega. "Pablo é puro melodrama, chega a pedir socorro para a amada na música que está no filme. [Os vídeos com chorosos mostram que] o Brasil é tão melodramático que não basta chorar, tem que postar, mostrar, exagerar. É a nossa alma romântica, que vai com tudo na expressão exacerbada do sentimento", affirma Rieper.
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