Abalada pelas investigações de corrupção e, mais recentemente, pela
queda da cotação do petróleo, a Petrobras não para de sofrer os efeitos
no preço de suas ações. Sua cotação afundou tanto que na sexta-feira
passou a valer na Bolsa de Valores o mesmo que no primeiro ano do
governo Lula, como se estivesse paralisada há 11 anos. A estatal
brasileira vale hoje menos do que antes do anúncio das descobertas do
pré-sal. Para os investidores do mercado financeiro, é como se as
reservas gigantes de petróleo, anunciadas em novembro de 2007, tivessem
perdido todo o valor.
No auge da cotação da empresa, em 21 de maio de
2008, seu valor a preços de hoje, já considerando a inflação, era de R$
737 bilhões. De lá para cá, queimou-se no mercado R$ 610 bilhões. Para
se ter uma ideia da dinheirama, é como se a companhia tivesse perdido
toda a produção anual de Portugal. Ou quatro vezes o Produto Interno
Bruto (PIB) do Uruguai. Toda essa perda não se deve apenas ao inferno
astral do momento. As perdas começaram logo em 2008, por causa da crise
financeira global.
Aplicar a inflação é importante porque traz o passado para os
preços de hoje, como diz o gerente da consultoria, Einar Rivero. Dá o
real poder de compra do dinheiro. "O dólar hoje está caro ou está
barato? Eu digo que está barato porque vale R$ 2,60. Olhando o dólar de
2002 e aplicando a inflação do período eu teria de ter R$ 8,25 de hoje
para comprar dólares. Está barato."
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