A demanda por combustíveis do Ciclo Otto (etanol e gasolina)
pode superar a oferta interna em até 17,4 bilhões de litros em 2024, de
acordo com cálculos da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).
Esse "gap energético" é em volume de gasolina equivalente e considera o
aumento da frota de veículos e a ausência de novas refinarias, além de
incorporar um cenário de estagnação na produção de álcool pelas usinas e
destilarias do País.
Dos cenários traçados pela entidade,
esse seria o pior. Ainda assim, mesmo que a fabricação do biocombustível
entre em expansão constante, a diferença cairia para apenas 11,6
bilhões de litros de gasolina equivalente.
Os números da
principal associação sucroenergética do Centro-Sul do Brasil são mais
preocupantes do que os projetados pelo governo. Para o Ministério de
Minas e Energia (MME), o "gap energético" pode alcançar 8,5 bilhões de
litros em 2024, com produção de 31 bilhões de litros de gasolina e
consumo de 29 bilhões de litros de etanol, frente uma demanda total de
68,5 bilhões de litros - todos os volumes em gasolina equivalente.
Caso
se concretize, esses 8,5 bilhões de litros previstos pelo MME
representariam um crescimento de aproximadamente 550% em relação ao
"gap" de 1,3 bilhão estimados já para este ano. Consequentemente, a
perspectiva que se traça é de aumento das importações de gasolina para
atender à demanda interna.
Em evento na
quinta-feira (6) em São Paulo, o superintendente de Abastecimento da
Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP),
Aurélio Amaral, defendeu investimentos em infraestrutura portuária
justamente para comportar as compras do combustível fóssil. "Há
interesse de grandes grupos nacionais e estrangeiros" em investir nos
portos brasileiros, destacou. Os terminais do Norte e do Nordeste seriam
os mais diretamente ligados a essas importações, concluiu ele, citando
estudo feito pela ANP a respeito do assunto.
Estadão Conteúdo
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