A briga envolvendo torcedores do
Atlético Paranaense e Vasco, que aconteceu no último domingo em
Joinville-SC, despertou o debate sobre a violência envolvendo torcidas
organizadas. O problema já é uma constante no Rio Grande do Norte, que é
o estado com maior número de mortes em estádios.
Ao longo do ano, nove pessoas morreram
devido a ‘guerra’ entre torcidas organizadas, o que representa quase um
terço das 30 pessoas que foram vítimas dessa violência, seja nos
estádios ou em suas proximidades.
Os dois últimos casos aconteceram no
último dia 15, após o jogo entre ABC x ASA. Flávio Augusto da Costa
Leandro, de 17 anos, e Ismael Aprígio Teixeira, de 18 foram mortos, em
ocasião onde outras cinco pessoas ficaram feridas.
Além disso, existem casos que não estão
registrados no índice, por não terem acontecidos em dias de jogos. É o
caso da morte de Luan Rodrigues Gomes Oliveira, da torcida organizada
Fúria Jovem do Baraúnas, que foi morto no dia 23 de julho. Como também
Diego Martins da Rocha Bezerra, de 20 anos, foi morto por estar vestindo
a camisa da Torcida Império Vermelho, do Potiguar.
A escolha dos ‘inimigos’
Essas brigas envolvendo torcidas
organizadas acontecem frequentemente e se misturam com outros ‘rixas’,
como são os casos das rivalidades entre bairros. Os moradores de um
bairro decidem fazer parte de uma torcida organizada e, automaticamente,
o bairro ‘rival’ decide participar da outra facção. Como também o
bairro ‘amigo’ participa da mesma torcida em que tem afinidade com
moradores de outras localidades.
Essa guerra se estende por outras
regiões, com as facções se dividindo e criando rivais por todo o país. A
Império Vermelho do Potiguar é aliada do Garra Alvinegra do ABC, com
isso, a Fúria Jovem do Baraúnas passou a ser parceira da Máfia Vermelha
do América. Então, quando se trata de um jogo entre Baraúnas e América, a
perspectiva é de uma partida tranquila. Já quando o confronto é entre
Baraúnas e ABC, trata-se de um jogo de risco.
A rede se estende por várias regiões. Na
Copa do Nordeste, por exemplo, os jogos de Potiguar contra Ceará e CRB
tem perspectivas de serem tranquilos, porque a Império Vermelho entendeu
que as uniformizadas desses clubes são amigas, já contra o Treze, é
necessário alerta de segurança, porque a organizada entendeu que a Jovem
do Galo do Treze é inimiga.
Isso explica também como surgiu à briga
entre torcedores do Vasco e Atlético Paranaense. A Força Jovem do Vasco
entende que a Império Alviverde do Coritiba é uma torcida aliada, por
isso, automaticamente considera a organizada do Atlético Paranaense como
inimiga.
A própria diretoria da torcida Os
Furacões, do Atlético-PR, entendia que se tratava de um jogo de risco e
comunicou que não levariam mulheres e crianças na caravana da
uniformizada de Curitiba para Joinville-SC.
Por Carlos Guerra Júnior – Jornal De Fato
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