O
site criado pela família do ex-deputado José Genoino (PT-SP) para
arrecadar dinheiro conseguiu levantar os R$ 667,5 mil necessários para
quitar a multa a que ele foi condenado a pagar no julgamento do
mensalão. O dinheiro será depositado hoje em juízo, informou o setor
jurídico do PT.
Inicialmente condenado a pagar R$ 468 mil, o ex-parlamentar teve sua multa reajustada pela Vara de Execuções Penais (VEP) do Distrito Federal para R$ 667.513,92. Genoino tinha até hoje para depositar o valor, ou seria inscrito no cadastro da Dívida Ativa da União. Na semana passada, a defesa do petista questionou os critérios para o reajuste do valor.
Inicialmente condenado a pagar R$ 468 mil, o ex-parlamentar teve sua multa reajustada pela Vara de Execuções Penais (VEP) do Distrito Federal para R$ 667.513,92. Genoino tinha até hoje para depositar o valor, ou seria inscrito no cadastro da Dívida Ativa da União. Na semana passada, a defesa do petista questionou os critérios para o reajuste do valor.
O advogado Marco Aurélio Carvalho, coordenador do setor jurídico do PT,
não revelou o valor total arrecadado nos 10 dias de campanha, mas disse
que a conta será fechada hoje. “Só depois de avaliar o impacto da
tributação, vamos verificar se houve sobra (de dinheiro)”, disse.
Condenado pelos crimes de corrupção ativa e formação de quadrilha, o
ex-presidente do PT José Genoino foi ajudado por deputados federais e
estaduais do partido e demais cidadãos simpatizantes da sigla. “Foi uma
vitória significativa. Ele recebeu um atestado de reconhecimento aos
mais de 40 anos de serviço prestado à população”, afirmou Carvalho.
O modelo do site deve se estender a outros petistas condenados no julgamento do mensalão. Segundo Carvalho, a família de Delubio Soares já está se organizando para arrecadar os R$ 466,8 mil de sua pena. “Essa campanha se estenderá a todos os companheiros que foram vítimas (do julgamento”, afirmou Carvalho.
O modelo do site deve se estender a outros petistas condenados no julgamento do mensalão. Segundo Carvalho, a família de Delubio Soares já está se organizando para arrecadar os R$ 466,8 mil de sua pena. “Essa campanha se estenderá a todos os companheiros que foram vítimas (do julgamento”, afirmou Carvalho.
O mensalão do PT
Em 2007, o STF aceitou denúncia contra os 40 suspeitos de
envolvimento no suposto esquema denunciado em 2005 pelo então deputado
federal Roberto Jefferson (PTB) e que ficou conhecido como mensalão.
Segundo ele, parlamentares da base aliada recebiam pagamentos periódicos
para votar de acordo com os interesses do governo Luiz Inácio Lula da
Silva. Após o escândalo, o deputado federal José Dirceu deixou o cargo
de chefe da Casa Civil e retornou à Câmara. Acabou sendo cassado pelos
colegas e perdeu o direito de concorrer a cargos públicos até 2015.
No relatório da denúncia, a Procuradoria-Geral da República apontou como
operadores do núcleo central do esquema José Dirceu, o ex-deputado e
ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do partido Delúbio
Soares e o ex- secretário-geral Silvio Pereira. Todos foram denunciados
por formação de quadrilha. Dirceu, Genoino e Delúbio responderam ainda
por corrupção ativa.
O relator apontou também que o núcleo publicitário-financeiro do suposto
esquema era composto pelo empresário Marcos Valério e seus sócios
(Ramon Cardoso, Cristiano Paz e Rogério Tolentino), além das
funcionárias da agência SMP&B Simone Vasconcelos e Geiza Dias.
Eles responderam por pelo menos três crimes: formação de quadrilha,
corrupção ativa e lavagem de dinheiro. A então presidente do Banco
Rural, Kátia Rabello, e os diretores José Roberto Salgado, Vinícius
Samarane e Ayanna Tenório foram denunciados por formação de quadrilha,
gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro. O publicitário Duda Mendonça e
sua sócia, Zilmar Fernandes, respondem a ações penais por lavagem de
dinheiro e evasão de divisas. O ex-ministro da Secretaria de Comunicação
(Secom) Luiz Gushiken é processado por peculato.
O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato foi
denunciado por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.Em
2008, Sílvio Pereira assinou acordo com a Procuradoria-Geral da
República para não ser mais processado no inquérito sobre o caso. Com
isso, ele teria que fazer 750 horas de serviço comunitário em até três
anos e deixou de ser um dos 40 réus. José Janene, ex-deputado do PP,
morreu em 2010 e também deixou de figurar na denúncia.
O ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) respondeu processo
por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A denúncia
incluía ainda parlamentares do PP, PR(ex-PL), PTB e PMDB. Entre eles o
próprio delator, Roberto Jefferson. Em julho de 2011, a
Procuradoria-Geral da República, nas alegações finais do processo, pediu
que o STF condenasse 36 dos 38 réus restantes. Ficaram de fora o
ex-ministro da Comunicação Social Luiz Gushiken e o irmão do
ex-tesoureiro do Partido Liberal (PL) Jacinto Lamas, Antônio Lamas,
ambos por falta de provas.
A ação penal começou a ser julgada em 2 de agosto de 2012. A primeira
decisão tomada pelos ministros foi anular o processo contra o
ex-empresário argentino Carlos Alberto Quaglia, acusado de utilizar a
corretora Natimar para lavar dinheiro do mensalão. Durante três anos, o
Supremo notificou os advogados errados de Quaglia e, por isso, o
defensor público que representou o réu pediu a nulidade por cerceamento
de defesa. Agora, ele vai responder na Justiça Federal de Santa
Catarina, Estado onde mora. Assim, restaram 37 réus no processo.
No dia 17 de dezembro de 2012, após mais de quatro meses de trabalho, os
ministros do STF encerraram o julgamento do mensalão. Dos 37 réus, 25
foram condenados, entre eles Marcos Valério (40 anos e 2 meses), José
Dirceu (10 anos e 10 meses), José Genoino (6 anos e 11 meses) e Delúbio
Soares (8 anos e 11 meses).
Após a Suprema Corte publicar o acórdão do processo, em 2013, os
advogados entraram com os recursos. Os primeiros a serem analisados
foram os embargos de declaração, que têm como função questionar
contradições e obscuridades no acórdão, sem entrar no mérito das
condenações. Em seguida, o STF decidiu, por seis votos a cinco, que as
defesas também poderiam apresentar os embargos infringentes, que
possibilitariam um novo julgamento para réus que foram condenados por um
placar dividido – esses recursos devem ser julgados em 2014.
Em 15 de novembro de 2013, o ministro Joaquim Barbosa decretou as
primeiras 12 prisões de condenados, após decisão dos ministros de
executar apenas as sentenças dos crimes que não foram objeto de embargos
infringentes. Os réus nesta situação eram: José Dirceu, José Genoino,
Delúbio Soares, Marcos Valério, Ramon Hollerbach, Cristiano Paz, Kátia
Rabello, José Roberto Salgado, Henrique Pizzolato, Simone Vasconcelos,
Romeu Queiroz e Jacinto Lamas. Todos eles se apresentaram à Polícia
Federal, menos Pizzolato, que fugiu para a Itália.
Terra
Nenhum comentário:
Postar um comentário