segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Automóveis podem ficar até 24,9% mais caros em 2014



A maior parte dos brasileiros pesquisa muito antes de partir para a decisão de comprar um carro. O investimento é alto e, por isso, tanto o modelo como o momento da compra precisam ser cuidadosamente escolhidos. Os preços variam mês a mês, é claro. No entanto, este ano os reajustes poderão ser maiores. A volta do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), a obrigatoriedade do airbag e dos freios ABS e a correção da inflação poderão, na pior das hipóteses, provocar reajustes de até 24,9% no preço dos veículos.

Com sorte, serão poucos os veículos que vão sofrer simultaneamente com as três novidades do ano. Isso porque, já no ano passado, 60% dos modelos já saíam de fábrica com o airbag e os freios ABS – itens que se tornaram obrigatórios a partir deste ano para todos os veículos. Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), essa obrigatoriedade já adicionaria em torno de R$ 1 mil a R$ 1,5 mil no preço dos veículos. No ano passado, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, estimou que a decisão tornaria os veículos entre 5% e 8% mais caros.

Também foi o ministro que trouxe a outra notícia: o retorno da cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) pesaria sobre o preço dos veículos este ano. A Anfavea fez as contas e constatou que para cada ponto percentual a mais na alíquota do imposto, o impacto nos preços será de 1,1%. Mesmo sob muitos protestos da associação, o fato é que o IPI voltará a ser cobrado integralmente em 2014 – um ajuste veio em janeiro e outro virá em julho, se o ministro não mudar de ideia. No caso dos veículos 1.0, a alíquota passou de 2% para 3% em janeiro e possivelmente chegará a 7% em julho. No caso dos veículos 1.0 a 2.0 flex, a alíquota passou de 7% para 9% em janeiro e pode chegar a 11% no meio do ano.

Por enquanto, Vitor Meizikas Filho, analista da Molicar, só enxerga uma parcela da correção nos preços. Ao final de 2013, os estoques ainda estavam altos e, mesmo com a corrida de final de ano pelo desconto do IPI, ainda garantiam um mês de vendas normais, com 353,4 mil unidades. Somando a produção de janeiro e fevereiro a esses, o volume de carros com desconto do imposto se dilui. Para o analista, os novos (e mais salgados) preços chegarão à ponta de forma mais evidente em março, quando a maior parte dos estoques já estará nas mãos de consumidores. “Os modelos 2014-2015 já virão com os preços corrigidos”, diz Meizikas. (IG)

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