Até 57 mil homens das Forças Armadas estarão envolvidos
diretamente na segurança da Copa do Mundo, em junho. Mas, ao contrário
do que se imagina, brasileiros e estrangeiros não verão soldados e
tanques nas ruas das cidades-sede. Responsáveis pelos setores
estratégicos, os militares estarão no entorno de centrais de energia,
torres de transmissão, no céu e no mar.
O plano de segurança, que será finalizado até abril, foi dividido em
duas partes: segurança pública e defesa. Na primeira parte, as polícias
civis e militares dos Estados, a Polícia Federal e a Força Nacional de
Segurança serão responsáveis por controlar estádios, centro de
treinamento, portos e aeroportos, hotéis e delegações, pontos turísticos
e locais de exibição pública. O delegado da Polícia Federal Andrei
Passos Rodrigues, secretário extraordinário para Grandes Eventos, afirma
que 100 mil homens da segurança pública poderão estar disponíveis.
Já as Forças Armadas não serão vistas patrulhando cidades - a menos
que algo fora do normal ocorra. "O uso das Forças Armadas só acontecerá
com o pedido dos governadores", afirmou o General José Carlos de Nardi,
chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas. Um comitê formado por
representantes dos ministérios da Defesa e da Justiça e da Casa Civil
vai analisar, em cada caso, a real necessidade de convocar o Exército,
já que o plano de segurança de cada Estado, incluindo o número de
homens, também está integrado no planejamento nacional.
Ainda assim, a estratégia que está sendo finalizada prevê que Estados
que tenham uma força de segurança menor possam receber mais militares.
São Paulo, por exemplo, tem o jogo de abertura e 15 centros de
treinamento que receberão delegações. Ao mesmo tempo, tem 45 mil
policiais militares, a maior força do País, o que possivelmente não
justifica uma presença maciça dos militares.
As Forças Armadas tem, hoje, 57 mil homens treinados para serem
usados na segurança de pontos estratégicos na Copa. Serão utilizadas
ainda 20 navios e outras 60 embarcações pequenas para patrulhar o
litoral e também os rios nas cidades-sede, especialmente aquelas em que
eles ficam muito próximos dos estádios, como Cuiabá e Porto Alegre. Nos
aeroportos ficarão atiradores de elite da Aeronáutica, mas fora da vista
da população em geral.
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