A segurança no abastecimento de energia elétrica pode ser ampliada,
desde que o consumidor pague mais por isso, disse o ministro de Minas e
Energia, Edison Lobão. Segundo ele, o país tem uma folga de energia
suficiente para atender à demanda, mesmo em momentos como o atual, em
que os reservatórios das hidrelétricas estão baixos. Mas, se o desejo
for ir além disso, a conta recairá sobre a sociedade. "Se quisermos ter
uma sobra de energia para garantir uma segurança ainda maior que a que
temos hoje - e a que temos hoje é grande e sólida -, teremos de pagar
por isso", disse Lobão.
O ministro disse que o planejamento do governo
para o setor elétrico segue as melhores práticas internacionais.
"Ninguém faz melhor que o Brasil", afirmou. "Estamos sujeitos a pequenos
incidentes? Estamos, como outros países também". Apesar disso, Lobão
reconheceu que há um risco mínimo de desabastecimento, caso a seca se
prolongue. Na semana passada, Lobão havia dito que esse risco era
"zero". "Claro que há uma taxa mínima de risco, se as condições forem
absolutamente adversas, se não vierem chuvas." Segundo ele, porém, o
governo não espera que isso ocorra. "Se eu não estou contando com um
quadro absolutamente adverso, tenho de entender que o risco praticamente
não existe", disse Lobão.
O ministro não fez comentários sobre as
causas dos apagões que atingiram o País nas últimas semanas. Assim como
outros membros do governo, o ministro prefere utilizar os termos
"acidente" ou "incidente" para ocasiões em que o fornecimento é
interrompido. Segundo o ministro, esses incidentes acontecem em todos os
países. "Não é uma deficiência no sistema elétrico brasileiro",
afirmou. "Nosso sistema é firme, sólido e robusto, mas eventualmente,
diante de circunstâncias excepcionais, ele pode sofrer abalos". O
ministro comparou as queda no fornecimento de energia a acidentes
aéreos. "O avião não foi feito para cair, mas ele sazonalmente cai. Mas
não vai se dizer que todo ano tem de cair. Assim é o sistema elétrico
brasileiro."
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