Mais uma vez prefeitos de todas as regiões do Brasil se mobilizaram,
ontem (11), em protesto denominado de movimento SOS Municípios,
coordenado pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM). No Rio
Grande do Norte, foi realizado um encontro na Assembleia Legislativa do
RN (ALRN), com apoio da Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte
(FEMURN).
De acordo com o presidente da Femurn, Benes Leocádio, prefeito de
Lajes, os gestores municipais cobram mudanças constitucionais no tocante
ao Pacto Federativo e à reforma tributária, alegando que os repasses
atuais não atendem as necessidades das gestões, em especial o Fundo de
Participação dos Municípios (FPM).
Ele disse ainda que a situação vem se agravando a cada ano, implicando diretamente na manutenção das prefeituras.
No RN, mais de 70 prefeituras dos 167 municípios do Estado estão em
situação extrema. “Isso equivale a cerca de 40%, dos 167 existentes no
Rio Grande do Norte, que estão no limite de alerta do cumprimento da Lei
de Responsabilidade Fiscal (LRF) ou já atingiram o limite prudencial
previsto na lei”, disse o presidente da Femurn.
O Tribunal de Contas do Estado (TCE) já emitiu alerta aos municípios sobre a situação financeira.
“Até mesmo a nossa capital, Natal, que possui outras receitas além do
FPM, o TCE emitiu um alerta. A realidade do meu município é que, em
cinco anos, a arrecadação aumentou 31%, enquanto que despesa cresceu
65%. Teve a implantação do piso do magistério e mais os 33% aprovados
ano passado para os professores. Não é de hoje e voltamos a repetir, as
prefeituras estão no limite”, esclarece.
Ele diz que os prefeitos reivindicam um acréscimo de 1,5% no repasse do
FPM, passando de 23,5% para 25%. Esse pedido chegou a ser feito
pessoalmente à presidente Dilma Rousseff, quando esteve em Natal, em
2013, contudo, não surtiu o efeito esperado. Em contrapartida, o Governo
Federal se prontificou em incrementar o Fundo com parcelas
independentes.
Despesas das prefeituras têm aumentado
No segundo semestre de 2013 e neste primeiro semestre de 2014, foram
pagas duas parcelas acrescidas ao FPM, totalizando R$ 3 bilhões, mesmo
assim a crise continua. “O RN recebeu R$ 37 milhões, sendo que o mínimo
recebido por município foi de R$ 130 mil. Só a implantação dos 33%,
ultrapassa esse valor”, diz.
Alguns prefeitos disseram que para manter a folha de pessoal e
pagamento de fornecedores em dia, no entanto, reduziu os recursos
destinados à infraestrutura da cidade. “Estamos orientando os prefeitos a
fazerem uma reserva no primeiro semestre, pensando em momentos difíceis
no segundo. Mas em relação ao mesmo período de 2013, em 2014 já temos
uma redução de 50% nessa reserva. Todo programa Federal é bom, mas exige
uma contrapartida do Município. As decisões tomadas em Brasília estão
distantes de mudar a realidade hoje vivenciada pela maioria dos mais de
5.500 dos municípios brasileiros”, enfatiza.
A Femurn e CNM enviará um documento de intenções à ALRN e Câmara dos Deputados.
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