
Segundo a pesquisa, as meninas são as principais vítimas. Ao menos 20% das entrevistadas relataram que sofrem ou já sofreram algum tipo de agressão.
"Em 20% dos casos em que as crianças ou adolescentes foram vítimas de violência os pais ou cuidadores estavam sob o efeito de álcool",
afirmou a coordenadora da pesquisa Clarice Sandi Madruga. Segundo ela,
este número não oscilou na comparação com a última pesquisa feita em
2006, o que sugere "comportamento cultural".
As agressões de menor potencial, como empurrar, beliscar e arranhar,
lideram o ranking. Porém, em 11,9% dos casos, os menores relataram que
já apanharam até ficar com marcas pelo corpo.
De acordo com Clarice, os casos de violência estão associados ao consumo de drogas
na fase adulta. "A chance da pessoa que sofreu algum tipo de abuso
durante a infância vir a adquirir algum tipo de dependência de álcool,
drogas ou até depressão mais que dobra, chega até a ser quatro vezes maior em alguns casos", afirmou a pesquisadora.
A pesquisa aponta que mais da metade dos usuários de cocaína (52%) e maconha (47,5%) foram vítimas de abuso infantil. A margem de erro da pesquisa é de 5 pontos percentuais para mais ou para menos.
Violência Sexual
O levantamento mostra que 5% da população adulta (maior de 18 anos) relatou ter sido vítima de abuso sexual na
infância ou adolescência, o que representa cerca de 5,5 milhões de
brasileiros. O abuso de meninas (7%) foi mais alto que o de meninos
(3,4%).
A pesquisa ainda revelou dados sobre a prostituição infantil
que foi classificada como sendo um "problema social e de saúde pública
gravíssimo" no Brasil. Os pesquisadores identificaram que mais de 1% dos
participantes da pesquisa relataram ter recebido dinheiro para fazer
sexo antes dos 18 anos de idade.
A porcentagem representa, na projeção da pesquisa, mais de um milhão de
brasileiros. "Ao contrario do esperados, a prevalência da prostituição
precoce entre meninos foi maior que entre as meninas", disse Madruga.
Segundo o levantamento, 1,6% dos homens relataram já ter recebido para fazer sexo durante a infância ou adolescência, enquanto que entre as mulheres a parcela é de 1%.
Prevenção
Para Clarice Sandi Madruga, a maior estratégia de prevenção contra os
casos de violência contra crianças e adolescentes é a promoção de saúde
que deve ocorrer nas escolas, na atenção primária (postos de saúde) e
principalmente pela própria família.
"Os dados oficiais não correspondem a realidade. É preciso ampliar o
acesso a informação e principalmente denunciar os casos", afirmou. O
canal para denunciar é o Disque 100.
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