Maio
é o mês do “agora ou nunca” no interior do estado – principalmente para
as regiões central e oeste. As previsões mais recentes da Empresa de
Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), apresentadas
ontem em reunião do Comitê de Combate à Seca, apontam que este mês é
decisivo quanto à chegada de precipitações “normais”. A expectativa
ainda é positiva, apesar de, segundo o último levantamento pluviométrico
da Emparn apontar que pelo menos 95 municípios do Estado ainda estão em
situação “muito seco” e outros 36 “seco”.
Apesar de ter chovido mais de 400
milímetros em pelo menos 50 municípios do Estado, a situação ainda é
preocupante, principalmente quanto ao abastecimento de água para o
consumo humano. “Se não tivermos boas chuvas até meados de maio, não
teremos em junho e julho.
O que pode acontecer acontecerá agora”, prevê o
meteorologista-chefe da Emparn, Gilmar Bistrot. “Todos sabemos que o
primeiro semestre é da produção, e a água já está garantida. Vemos o
pasto verdinho. Mas o segundo semestre é para o consumo, principalmente
para os grandes reservatórios”, acrescentou.
Entretanto, de acordo com Bistrot, a
possibilidade é que as chuvas realmente cheguem a partir da segunda
metade de maio – principalmente no Alto Oeste potiguar – ocasionado
“janela de chuvas” que chegou ao RN no final de abril.
O fenômeno é
ocasionado por uma oscilação 30-60 dias – uma propagação de uma onda
atmosférica ao longo do globo terrestre e em torno do Equador, formando
nuvens que chegam até o nordeste brasileiro. “Tivemos uma janela que
recuperou abril já no fim, principalmente na região de Mossoró e no
Seridó”, comentou Bistrot.
De acordo com o último boletim da
Companhia de Águas e Esgotos do RN (Caern), 12 cidades do interior,
localizadas no Alto Oeste e no Seridó, ainda estavam em situação de
colapso no abastecimento de água. As mais críticas são Pau dos Ferros e
Caicó, que ainda não estão sendo abastecidas por carros pipa.
Com detalhes da Tribuna do Norte e fotografia de Edilson Silva
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