O candidato tucano à Presidência da República, Aécio Neves, criticou
nesta quarta-feira (10) a adversária Marina Silva, do PSB, por prometer
governar com os "melhores nomes" de cada partido e indicou que o PSDB
não cederia quadros para um possível governo da ex-ministra. "O PSDB tem
duas opções nessa eleição: ou vence e é governo ou perde e é oposição",
afirmou Aécio em entrevista coletiva, depois de participar de sabatina
do jornal O Globo. Aécio disse que vive uma "segunda eleição", iniciada
quando Marina entrou na disputa em substituição ao ex-governador Eduardo
Campos, que morreu em um acidente aéreo no dia 13 de agosto:
"Precisamos nos adaptar à nova realidade". Terceiro colocado nas
pesquisas, o candidato evitou responder se apoiaria Marina no segundo
turno, mas disse que todo político tem que se posicionar.
O tucano
lamentou a neutralidade de Marina no segundo turno de 2010, disputado
entre a presidente Dilma Rousseff e o ex-governador José Serra (PSDB).
"Vou falar de peito aberto: todo líder político tem que ter posição,
mesmo que não seja o que mais atenda aos seus interesses pessoais e
políticos", disse. Entre os nomes que Marina diz que gostaria de ver em
seu governo está o de Serra, candidato ao Senado.
Ao atacar a estratégia
de Marina de se apresentar como novidade, o tucano disse que a
candidata governaria com "o terceiro time do PSDB e do PT". Questionado
quem seria o terceiro time tucano, o candidato apenas exaltou seus
aliados. "Não busquei o segundo melhor, o terceiro melhor. Temos um
plano extraordinário para o Brasil", disse. O candidato acrescentou não
conhecer aqueles com os quais a Marina vai governar. "Como vai construir
maiorias, apenas com sorriso, ou pinçando nome desse ou daquele
partido?"
"Foi uma
experiência que o Brasil buscou. A reeleição não foi votada pelo
Fernando Henrique. Foi votada pelo Congresso, para os prefeitos, para os
governadores. Seria cômodo eu dizer que devíamos manter a reeleição
para sempre. Acho que a reeleição faz mal ao Brasil. Vivi essa
experiência, fui reeleito. É uma covardia, uma disputa desigual". Aécio
afirmou que Dilma "desmoralizou a reeleição". "Você vai ver os atos de
campanha da presidente da República, são atos de governo". Aécio cobrou
investigação imediata do esquema de corrupção na Petrobras, denunciado
pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa.
"Vou reestatizar a Petrobras, tirar
a Petrobras da política", prometeu. "Não acuso a presidente de ter se
beneficiado pecuniariamente desses recursos, mas ela foi beneficiária
política. Esse esquema sustentou sua base de apoio, inclusive durante
seu processo de eleição. É importante o eleitor saber, antes da eleição,
qual a intensidade e a participação dos citados nas denúncias", disse.
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