Pelo menos 3,7 mil crianças da Guiné-Conacri, da Libéria e de Serra Leoa
ficaram órfãs, tendo perdido pelo menos um dos seus pais, devido ao vírus
ebola, indicam estimativas do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef)
divulgadas hoje (30). O Unicef alertou que, como a epidemia se intensificou nas
últimas semanas, o número de órfãos por causa do vírus pode duplicar até meados
de outubro.
“Sabemos que os números que temos são apenas a ponta do iceberg”, disse
Manuel Fontaine, diretor regional do Unicef para a África Ocidental, em uma
videoconferência a partir de Dacar, capital do Senegal. Um dos principais
problemas enfrentados por esses menores é o repúdio por parte da família por
receio de que possam transmitir a doença.
“Vemos que alguns familiares ou vizinhos lhes dão de comer, mas poucos
querem acolhê-los”, disse Fontaine, salientando ser “raríssimo na África que a
família não assuma o cuidado das crianças”, o que “mostra o medo que reina”.
As Nações Unidas informaram que de um total de US$ 987 milhões solicitados
para a luta contra o ebola, apenas US$ 254 milhões foram recebidos até agora, o
que corresponde a 26%. Em seis meses, o ebola infectou 6.553 pessoas, na
maior epidemia da doença registrada desde que o vírus foi descoberto em 1976 no
antigo Zaire, que é atualmente a República Democrática do Congo.
NoMinuto
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