Os parlamentares da CPI mista da Petrobras fizeram um
acordo para blindar os políticos citados durante as investigações do
esquema de desvios e pagamentos de propina com recursos da estatal.
O PT conseguiu barrar convocações consideradas incômodas, como a da
senadora paranaense Gleisi Hoffmann, a do ministro das Comunicações,
Paulo Bernardo, e a do tesoureiro do partido, João Vaccari Neto.
O doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da
Petrobras Paulo Roberto Costa teriam afirmado, em suas delações
premiadas, que abasteceram a campanha de Gleisi em 2010 com dinheiro do
esquema.
Segundo a dupla, na ocasião, foi entregue R$ 1 milhão para a campanha
de Gleisi, a pedido de Paulo Bernardo, marido da senadora. A senadora
nega as acusações.
Por outro lado, o PSDB agiu para evitar a ida à CPI do empresário
Leonardo Meirelles, apontado como laranja de Youssef. Meirelles disse à
Justiça Federal que parlamentares tucanos também receberam propina do
esquema.
Relator da CPI, deputado Marco Maia (PT-RS), explicou que o plano de
deixar de fora alguns dos personagens foi acertado numa reunião
preliminar, antes da sessão desta quarta-feira (5):
Na reunião administrativa desta quarta, o colegiado aprovou a
convocação de Meire Poza, ex-contadora de Youssef, além de nomes
suspeitos de serem laranjas ou de operarem nas empresas de Youssef.
A CPI decidiu ainda não quebrar sigilos das empreiteiras acusadas de
participar dos operações ilícitas envolvendo a Petrobras. Em vez disso, o
colegiado enviará ofícios com pedidos de esclarecimentos do interesse
da comissão.
As empresas terão dez dias para respondê-los. Caso contrário, os
parlamentares poderão votar requerimentos de quebras de sigilos e
convocações dos executivos dessas empreiteiras.
Na sessão da próxima terça-feira (11), a comissão deverá apreciar os
pedidos de convocação de Sérgio Machado, presidente-licenciado da
Transpetro, e do ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque. Ambos
também foram citados durante as investigações.
FolhaPress
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