A Pesquisa Atitudes pela Educação, divulgada nesta quinta-feira (6)
pelo movimento Todos pela Educação, mostra que 19% dos pais de
estudantes são considerados distantes do ambiente escolar e da própria
relação com os filhos. No outro extremo, 12% dos pais sãos
comprometidos, ou seja, acompanham o desempenho dos filhos na escola,
comparecem às atividades escolares e têm relação próxima com crianças e
jovens.
A pesquisa envolveu 2.002 pais ou responsáveis de alunos de 4 a 17
anos, matriculados da educação infantil ao ensino médio, em escolas
públicas e particulares de todas as regiões do país. Dependendo da maior
ou menor valorização da educação e vínculo com a criança ou jovem, o
estudo classifica os pais como envolvidos (25%), vinculados (27%),
intermediários (17%), comprometidos e distantes.
Entre os pais considerados distantes, 25% procuram se informar sobre a
proposta de ensino da escola, 37% ajudam a organizar o material para as
aulas e 20% conversam com o filho sobre talentos no estudos e em outras
atividades. Além disso, 60% gostam dos momentos que passam com parentes
e 59% acreditam que há uma relação de respeito entre todos na família.
Dos 12% comprometidos, 86% se informam sobre a proposta de ensino da
escola, 98% observam as faltas, 91% respeitam a opinião das crianças e
dos jovens, 79% mantêm contato com a escola sobre o desenvolvimento do
aluno, 100% gostam dos momentos em família e 99% acreditam que há uma
relação de respeito entre seus membros.
De acordo com Alejandra Meraz Velasco, coordenadora-geral do Todos
Pela Educação, os que têm perfil mais envolvido acreditam que o estudo
pode garantir uma vida melhor. Destes, a maioria respondeu sobre escola e
importância da educação escolar. Pais com perfil mais vinculado são os
que têm diálogo muito bom com os filhos, embora esse vínculo não passe,
necessariamente, pela educação.
Na ánalise de Alejandra, o percentual de pais distantes é baixo, mas
ainda há o que melhorar. "Eles têm uma relação abaixo da média da
observada em outros pais. Isto não quer dizer que não se importem com os
filhos ou com a educação. A gente percebe espaço para transformar a
atitude dos pais, de modo que tenha impacto positivo na educação",
comentou.
Em relação à presença nas reuniões escolares, o levantamento mostra
que 53% participaram de todas, 26% de algumas e 19% não participam de
nenhuma. A principal justificativa (66%) é a falta de tempo.
O levantamento ressalta que o quantitativo de pais que buscam
crianças e jovens na escola diminui à medida que o estudante cresce.
Conforme os dados, 58% dos pais buscam filhos entre 4 e 5 anos e apenas
3% das crianças vão a pé ou de transporte público. O cenário é inverso
na faixa entre 15 e 17 anos. Somente 13% dos pais levam filhos ao
colégio e 75% dos jovens vão sozinhos. De acordo com Alejandra, é
natural que a relação pai e filho mude com a idade e que as cobranças
sejam outras. Acrescentou que os pais devem ter formas de participação e
de diálogo sobre a vida escolar, independentemente da idade dos filhos.
Dos entrevistados, 64% trabalham, 6% estão desempregados e 36% são
beneficiários do Bolsa Família. Além disso, 76% se informam pela TV
aberta e 42% costumam ler livros.
Para consolidar a pesquisa, o movimento Todos Pela Educação contou
com apoio das fundações Roberto Marinho, Maria Cecília Souto Vidigal e
Itaú Social e dos institutos Unibanco e C&A. O levantamento é do
Instituto Paulo Montenegro e do Ibope Inteligência. As 2.002 entrevistas
foram feitas entre 28 de junho e 8 de julho. A maior parte dos
entrevistados (84%) são pais. Também participaram avós (11%), madrastas e
padastros (2%), tios (2%) e irmãos (1%).
Agência Brasil
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