O plenário do Senado aprovou, nesta quarta-feira (5), projeto de lei
complementar alterando o indexador das dívidas dos Estados e municípios,
permitindo que paguem juros menores à União e tenham descontos sobre o
atual saldo devedor. O texto teve longa tramitação, passou por numerosos
impasses, mas foi aprovado conforme texto recebido da Câmara dos
Deputados. Agora segue para sanção da presidente Dilma Rousseff.
A matéria estava parada desde abril, quando chegou a ser
levada para votação em plenário. Como recebeu emendas, teve de ser
submetida a nova análise das comissões de Constituição e Justiça e
Assuntos Econômicos. As emendas receberam pareceres contrários do
relator, senador Luiz Henrique (PMDB-SC), permitindo que o texto
voltasse ao plenário.
Atualmente, as dívidas são corrigidas pelo
Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), mais juros de
6%, 7,5% ou 9% ao ano. Com isso, a rolagem da dívida dos entes
federados frequentemente ficava acima da taxa básica de juros da
economia, a Selic, que é paga pela União na tomada de empréstimos.
O
texto aprovado propõe que a as dívidas passem a ser corrigidas pela
Selic ou pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), mais 4%, o
que for menor, nos contratos assinados desde janeiro de 2013. Nas
dívidas anteriores, autoriza o governo federal a recalcular o saldo
devedor com base na taxa básica de juros.
As emendas obrigando o
retorno do texto às comissões propunham substituir o IGP-DI e os juros
pelo IPCA, autorizando a União a recalcular os contratos antigos também
pelo novo índice. O relator considerou que isso oneraria excessivamente a
União e que, ao oferecer desconto de até 75% nas dívidas, feriria a Lei
de Responsabilidade Fiscal.
A votação em dois turnos no plenário
foi acompanhada por governadores e prefeitos interessados na
renegociação das dívidas de seus Estados e municípios. Entre eles, os
governadores Tarso Genro e Luiz Fernando Pezão, do Rio Grande do Sul e
Rio de Janeiro, respectivamente, e o prefeito Fernando Haddad, de São
Paulo.
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