quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Túnel Santos-Guarujá terá trincheira submersa e moverá 500 mil m³ de terra

O túnel ficará submerso a 21 m de profundidade e terá 1.700 m de extensão
Para os mais de 17 mil motoristas que trafegam entre as cidades de Santos e Guarujá pelos 40 km da rodovia Cônego Domenico Rangoni, no litoral de São Paulo, a construção de um túnel submarino ligando os dois pontos acena com a possibilidade de menos trânsito e redução de tempo na estrada. O túnel, batizado de Submerso, começará a ser construído em 2015, com previsão de término em 2018.

É a última versão de um projeto que começou com a maquete de uma ponte em 2010 e passou por vários desenhos de túneis de 2012 até agora. Mudou o projeto e também o preço, que passou de R$ 1,3 bilhão para um orçamento atualizado de R$ 2,8 bilhões e a desapropriação de mais de 4.000 pessoas.  

O túnel terá 1.700 metros de comprimento e ficará a 21 metros de profundidade, alojado em uma trincheira no leito marinho. A tecnologia, nova no Brasil, permitirá que o projeto seja construído em partes. Seis módulos que irão compor parte da estrutura, cada um com 20 metros, serão fabricados em uma doca seca que, posteriormente, será inundada, possibilitando assim o deslocamento e o transporte das estruturas.

De acordo com Laurence Casagrande Lourenço, presidente da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.), a escavação da trincheira dentro da água para conseguir a profundidade exigida de 21 metros representará o maior impacto ambiental da obra. Serão retirados cerca de 564.300 m³ de terra, o que equivaleria a 80.614 caminhões basculantes, que podem transportar, segundo o DNIT (Diretoria de Infraestrutura Rodoviária), 7 m³ por vez.

Este material terá como destino o mesmo local que o material de dragagem de manutenção e de aprofundamento do canal do porto de Santos, já licenciado. E representará apenas 0,6% da capacidade total, que é de 9 milhões de m³.

De acordo com um relatório em resposta às audiências públicas, tanto em Santos quanto no Guarujá está previsto que 4.230 pessoas sejam afetadas pela desapropriação de áreas e pela necessidade de reassentamento. Este ainda é um dado preliminar, já que o cadastro de imóveis e das famílias afetadas só poderá ser realizado na próxima fase de detalhamento do projeto, após a edição do Decreto de Utilidade Pública.

UOL

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