Durante as tratativas para compor o novo governo, no fim de 2014,
Dilma avisou ao vice-presidente, Michel Temer, que Henrique Eduardo
Alves (PMDB) será ministro se ele não estiver implicado na investigação
do esquema de corrupção na estatal. A informação foi confirmada à Folha
por dois ministros e dois integrantes do PMDB que acompanharam as
negociações para a formação do novo governo da petista.
A presidente cogitou nomear Alves para o primeiro escalão já em
dezembro, mas recuou depois que órgãos de imprensa publicaram que ele
teria sido citado por Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, como
um dos beneficiários do esquema desbaratado pela Polícia Federal na
Operação Lava Jato. Segundo um peemedebista, Dilma e Temer não quiseram
arriscar e combinaram de aguardar a denúncia a ser feita pela
Procuradoria-Geral da República, prevista para fevereiro, antes de
contemplar o deputado com algum ministério.
Se Alves não for denunciado, seu destino deve ser o Ministério do
Turismo, hoje ocupado por Vinicius Lages, um indicado do presidente do
Senado, Renan Calheiros (PMDB). Se o Ministério Público não citar Alves,
o acerto entre Dilma e Temer prevê que ele assuma a pasta possivelmente
já em fevereiro, quando toma posse o novo Congresso e ele deixa a
presidência da Câmara dos Deputados.
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