terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Extrato liga ex-diretor da Petrobras a firma investigada em cartel de trens

O nome de uma das empresas investigadas sob suspeita de integrar um cartel para atuar nas licitações de trens de São Paulo, a multinacional Bombardier, consta no extrato de uma das contas controlada pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, investigado na Operação Lava Jato.

De acordo com documento do Ministério Público Federal, "apurou-se que dentro da offshore Santa Tereza, na Suíça, há quatro subcontas (...), todas controladas pela organização criminosa de Youssef e utilizadas para práticas delitivas. (...) No extrato da subconta Sanko Sider aparecem depósitos que também aparentam ser relacionados à corrupção de funcionários públicos brasileiros: Bombardier, OAS Investments, Cimentos Tupy ()".

O extrato da conta da offshore Santa Tereza, aberta no banco PBK, na Suíça, mostra um pagamento de US$ 213 mil à Bombardier. A Santa Tereza comprou títulos de investimento da multinacional. Não se sabe, porém, se o depósito se refere a essa aquisição.

O mesmo extrato revela outras transações entre as duas empresas, como a transferência de US$ 6.000, em dois créditos, feito pela Bombardier.

O Ministério Público de São Paulo abriu investigações para apurar se o doleiro Alberto Youssef intermediou o pagamento de propina a agentes públicos em contratos de obras em São Paulo. A reportagem tentou entrar em contato com a Bombardier na noite desta terça-feira (20), mas não conseguiu localizar representantes da empresas.

Ao jornal "O Estado de S. Paulo", a Bombardier informou: "A Bombardier reitera que jamais manteve contato com a empresa Santa Tereza ou qualquer outra companhia pertencente ao Sr. Alberto Youssef. Em 2013 a Bombardier Inc. realizou uma emissão de títulos para captação de recursos na forma de bonds, em uma operação absolutamente transparente e de acordo com a legislação financeira.

Como a venda dos referidos títulos é intermediada por corretoras e instituições financeiras (como atestam os extratos do banco PKB), a empresa emissora não mantém contato direto com o comprador/beneficiário final. A Bombardier reforça seu compromisso com os mais altos padrões de ética corporativa em todos os países onde está presente".

Da Folhapress 

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