A possibilidade de atuar no mercado formal, baixos valores de
contribuição mensal e a vantagem de assegurar direitos previdenciários
levaram um grande de número de empresários potiguares a registrar o
negócio como Microempreendedor Individual (MEI). De acordo com dados
consolidados da Receita Federal, o Rio Grande do Norte registrou um
crescimento de 24,7% entre 2013 e 2014, o que representa um incremento
de 12.378 formalizações nessa categoria jurídica. A quantidade de MEI
passou de 50.133 para 62.511 no período.
Muito mais que meros números, o programa representa para muitos
autônomos, que antes atuavam na informalidade, a melhor e mais rápida
forma de acesso à cidadania e ao direito de ter uma inscrição no
Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ). Para compreender a
importância dessa categoria jurídica para a economia potiguar, basta
saber que os MEI somam a maior parcela de negócios em atividade no
estado. Uma verdadeira revolução na história da regularização
empresarial do Rio Grande do Norte.
Pelos cálculos do Portal Empresômeto, 38% das 161.533 micro e
pequenas empresas em atividade em solo potiguar são registradas como
MEI. Considerando aquelas inseridas no Simples Nacional – sistema
simplificado de arrecadação de tributos e que oferece redução de até 40%
na carga tributária -, a figura jurídica do MEI ultrapassa mais da
metade dos empreendimentos que optam por esse regime fiscal.
A artesã Kelly Oliveira, do município de Parelhas (a 240 quilômetros
da capital potiguar), integra as estatísticas das formalizações no
estado. No ano passado, ela registrou a atividade de confecção de
caricaturas em biscuit para bolos comemorativos como MEI. “Somente como
pessoa jurídica tive a oportunidade de participar de eventos específicos
para noivas. Já cheguei a enviar encomendas para Rússia, Estados Unidos
e Itália”, explica a opção pela formalização do negócio, qué a fonte de
renda de toda a família.
Entre os motivos para essa corrida empresarial, estão benefícios como
um número de CNPJ, o que facilita a abertura de conta bancária, o
pedido de empréstimos e a emissão de notas fiscais. Além disso, o MEI é
isento dos tributos federais (Imposto de Renda, PIS, Cofins, IPI e
CSLL). Paga apenas um valor fixo mensal que varia entre R$ 40,40 e R$
45,40. Essa contribuição é destinada à Previdência Social e ao ICMS ou
ao ISS. Essas quantias serão atualizadas anualmente, de acordo com o
salário mínimo. Para ser Microempreendedor Individual é preciso ter um
faturamento anual de até R$ 60 mil, não possuir participações em outras
empresas e ter até um funcionário contratado regularmente.
Segundo levantamento feito pelo Sebrae no Rio Grande do Norte, a
maior concentração de MEI fica no setor de comércio varejista de artigos
do vestuário e acessórios. O segundo lugar no ranking é dos
cabeleireiros, seguidos dos mercadinhos e mercearias. As lanchonetes
aparecem em quarto lugar entre os empreendimentos registrados como MEI.
Portal No Ar
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